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Brasileiros recorrem ao ChatGPT como "terapeuta", mas especialistas alertam: IA não substitui psicólogos

Ferramentas são para desabafos e apoio emocional, mas não oferecem diagnósticos clínicos nem relações humanas profundas

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Cada vez mais brasileiros têm recorrido à inteligência artificial em busca de apoio emocional. Entre eles está a empresária Danielle Duanetti, que há cinco anos faz terapia com psicólogos e, recentemente, descobriu uma forma complementar de lidar com seus sentimentos: conversar com o ChatGPT. "Às vezes, no meio do dia, bate uma ansiedade. Aí eu abro o aplicativo e desabafo. Ele me ajuda a organizar os pensamentos", conta.

E ela não está sozinha. Uma pesquisa da Sentio AI Research mostra que 18% dos norte-americanos já usaram chats com robôs para tratar de temas ligados à saúde mental. No Brasil, esse número chega a 1 em cada 10 pessoas.

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A tecnologia tem ajudado a preencher um espaço entre sessões presenciais, segundo alguns usuários. Mas os especialistas alertam: IA não é terapia. “A inteligência artificial pode ser uma aliada, mas não substitui o vínculo humano”, afirma o psicólogo Yuri Busin, especialista em neurociência cognitiva. Segundo ele, apenas um profissional qualificado consegue fazer diagnósticos, perceber nuances emocionais e construir relações de confiança ao longo do tempo.

A própria OpenAI, criadora do ChatGPT, afirma que o robô não é um substituto de terapeutas humanos. A ferramenta diz ser capaz de oferecer apoio empático e sugerir estratégias com base em princípios da psicologia, mas reconhece que não pode identificar transtornos como ansiedade ou depressão.

De carne e osso

O uso crescente dessas tecnologias já está no radar do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A entidade criou um grupo de trabalho para desenvolver diretrizes sobre o uso de IA na prática profissional. Em nota, o conselho disse que estuda tanto o potencial positivo dessas ferramentas quanto os riscos, como a substituição inadequada de psicólogos formados.

Para Danielle, a IA é um recurso útil, mas não o bastante. “Ajuda muito nos momentos de aperto, mas o olhar humano, o acolhimento de verdade, isso só um terapeuta de carne e osso consegue oferecer”, conclui.

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