99 encerra operação de delivery no Brasil em abril
Didi Chuxing dona da startup chinesa já comunicou os parceiros sobre o fim das atividades do 99Food
Cido Coelho
A 99, startup controlada pela chinesa Didi, anunciou o fim das atividades de seu aplicativo de entregas, 99Food, no Brasil.
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As atividades vão seguir até o dia 17 de abril e depois, a companhia encerrará a parceria com restaurantes no aplicativo.
"Como companhia, decidimos concentrar muitos dos nossos recursos no desenvolvimento de serviços de duas rodas, com a expansão de 99Moto e 99Entrega Moto em delivery. Por esse motivo, decidimos descontinuar o aplicativo 99Food a partir do dia 17 de abril de 2023", informou a 99 em nota.
Em setembro de 2022, a 99 demitiu cerca de 100 pessoas no Brasil, em meio a uma crise que a empresa enfrenta no mundo. Na época, a 99 não informou se a divisão 99Food seria afetada.
Além da 99, em março do ano passado, a Uber encerrou a operação do Uber Eats, alegando reestruturação da empresa. Ambas estavam enfrentando a forte concorrência entre iFood e Rappi que dominam o mercado de entrega de alimentos.
Abrasel lamenta decisão da 99
Procurada pelo SBT News, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) lamentou o fim da operação chinesa do delivery no país. Segundo o presidente da organização, Paulo Solmucci, o fim do 99Food deixa o mercado "cada vez mais concentrado e menos competitivo".
Além disso, o representante do setor mostra que faltam opções de mercado que desfavorece o mercado e o setor e que medidas precisam ser feitas para gerar um ambiente mais competitivo para quem está no setor e para quem queira entrar na concorrência.
Em fevereiro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com o aplicativo iFood, que acaba com contratos de exclusividade com grandes redes de restaurantes, limitando a geração de receita com esse acordo nas cidades com mais de 500 mil habitantes. A ação foi uma resta de uma representação em conjunto feita ao órgão de defesa econômica pelas empresas por Rappi, 99Food, UberEats e Abrasel.
"A saída de mais uma plataforma importante de delivery mostra que o ambiente estava muito desfavorável nos últimos tempos e esperamos que, com a decisão do Cade, a gente possa encontrar um ambiente mais estimulante para as empresas que seguem no mercado e para a entrada de outros competidores", analisa Solmucci.
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