Entenda os motivos das empresas de tecnologia continuarem demitindo
Empresas buscam a adequação ao mercado e o resultado são as demissões
Armindo Ferreira
Google e Microsoft anunciaram demissões globais que passam de 20 postos de trabalho e não se trata de um fato isolado. Praticamente todas as grandes corporações de tecnologias (as chamadas big techs) já fizeram demissões nesse volume. Aqui no Brasil o cenário não foi diferente: as chamadas startups (empresas de inovação tecnológica) recentemente realizaram cortes. Não era raro entrar no LinkedIn planilhas sendo divulgadas com centenas de nomes buscando oportunidade de recolocação.
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Os números impressionam, mas quem acompanha o mercado sabe que se trata de uma acomodação por conta do mercado e por um outro fator que pode mudar para sempre esse segmento.
Falando primeiro das questões mercadológicas, é preciso voltar ao começo do período da pandemia, onde as pessoas começaram a trabalhar de casa e as empresas precisam acelerar suas transformações digitais para se adequar ao momento. Alguns especialistas ouvidos pela coluna estimam que aceleramos cinco anos em um nesse quesito, assim as empresas passaram a contratar mão-de-obra para suportar esse aumento, também passaram a contratar profissionais de outros países, uma vez que estavam todos de home-office. Agora com esse crescimento passado, as empresas para fechar a conta precisam fazer ajustes nos times.
Some isso ao fato de os mercados globais também passarem por um momento de crise econômica pós-pandemia e no caso das empresas que dependem de venda de anúncios, como o Facebook e Google, por exemplo, uma diminuição da compra de anúncios não só pela retração do mercado, como também pela pulverização das verbas publicitárias. Hoje a Netflix é uma empresa que vende anúncios, coisa que não acontecia até o ano passado. Os influenciadores digitais e serviços de streaming, tais como a Twitch, também contribuem para esse complexo cenário.
Já outro fator que não pode ser deixado de lado é o fato do uso cada vez maior da inteligência artificial, hoje programas de computador podem ser gerados usado essa tecnologia, fazendo com que sejam necessárias cada vez menos pessoas para fazer códigos de computador.
Serviços de streaming também passam por desafio
Também não tem sido um começo de ano fácil para as empresas que vendem serviços de streaming. A HBO, por exemplo, tem feito diversos cortes de conteúdo e recentemente chegou até a migar parte do seu portfólio para a "concorrente" Amazon Prime Video. É o caso de vários filmes do acervo dos super heróis da DC, como por exemplo, o filme Adão Negro que acabou de sair dos cinemas e já está disponível na plataforma da Amazon para aluguel.
