Binho Galinha, deputado da Bahia alvo da PF, é apontado como líder de milícia
Operação El Patron cumpriu 33 mandados de prisão, contra milicianos que comandavam jogo do bicho e extorsões em Feira de Santana
O deputado estadual da Bahia Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha (Patriotas), foi o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada nesta 5ª feira (7.dez). O parlamentar é apontado como o líder do grupo de milicianos, que domina com sangue e violência bairros de periferia na região de Feira de Santana (BA), na região metropolitana de Salvador.
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O grupo miliciano, que seria liderado por Binho Galinha, é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro obtidos com crimes de jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação de produtores roubados, entre outros.
"O chefe da organização atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, com isso, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele", registra documento da Operação El Patron.
Três policiais militares da Bahia também foram alvos da El Patrón. Ao todo, foram expedidos 10 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão. A ação também bloqueou R$ 700 milhões de contas bancárias dos investigados e sequestrou 26 propriedades urbanas e rurais.
Seis empresas que teriam ligação com o esquema também foram alvos da El Patron. As ordens são da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana e envolveu 200 policiais federais e civis do estado e auditores fiscais da Receita Federal.
A mulher de Binho Galinha, Mayana Cerqueira da Silva, foi presa nesta 5ª feira na El Patron, acusada de operar parte das finanças dos milicianos, como venda de peças de carros roubados. O filhol do casal, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, também foi preso.
"O deputado já foi denunciado pelo Ministério Público por crimes. "Desde o ano de 2013, os denunciados integrariam organização criminosa armada liderada por Kléber Cristian Escolano de Almeida, alcunha "Binho Galinha", e agiriam em comunhão de ações e desígnios, de forma consciente e voluntária, de forma permanente e estável, mediante divisão de tarefas, para o fim de ocultar e/ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e/ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de variadas infrações penais, em especial receptação de cargas roubadas/furtadas, extorsão, jogo do bicho e agiotagem, entre outras", decisão da 1ª Vara Criminal Federal de Feira de Santana (BA).
A PF chegou a pedir a prisão do deputado, mas ela foi negada. Binho Galinha já foi preso em 2011, acusado e envolvimento com roubos de cargas. A reportagem não localizou a defesa do deputado. Ele divulgou uma nota, em que afirmou que vai esclarecer os fatos e que está à disposição da Justiça.
"Tendo em vista as denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e que a pedido da Justiça estão sendo apuradas, com ações no dia de hoje (7.dez) pela Policia Federal, Receita Federal, e o próprio MPE em Feira de Santana e região, o deputado estadual Binho Galinha vem a público esclarecer que está a inteira disposição da Justiça da Bahia, e que tudo será esclarecido no momento próprio", informa a nota.
"Mantemos nossas atividades pessoais e legislativas sem alteração. Confio na Justiça e estou à disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos. No mais dizer que nosso jurídico está tomando as devidas providências para junto a Justiça prestar os esclarecimentos."
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