PF mira grupo miliciano que lavava dinheiro por meio do jogo do bicho na Bahia
Organização criminosa atuava em Feira de Santana (BA) e cidades vizinhas; PF cumpriu dez mandados de prisão e bloqueou R$ 700 milhões de contas bancárias
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta 5ª feira (7.dez), a Operação El Patrón, mirando grupo miliciano que lavava dinheiro por meio do jogo do bicho e praticava agiotagem, extorsão, receptação qualificada e outros crimes. O grupo atuava em Feira de Santana (BA) e cidades vizinhas.
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Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão. A ação também bloqueou R$ 700 milhões de contas bancárias dos investigados e sequestrou 26 propriedades urbanas e rurais.
Também foram suspensas atividades econômicas de seis empresas. As medidas judiciais foram determinadas pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana. Participaram da El Patrón 200 policiais federais e estaduais, 15 auditores fiscais da Receita Federal e seis analistas tributários.
A investigação começou após encaminhamento de ofício pelo Ministério Público da Bahia. O documento relatou o cometimento de diversos crimes na BA.
"Segundo foi apurado, o chefe da organização atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, com isso, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele", detalhou a PF, em nota.
Ainda conforme a corporação, três policiais militares da Bahia integrariam o grupo miliciano. Eles seriam responsáveis por cobrar, mediante ameaça, valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros abusivos.
A operação de hoje contou com apoio do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT), do Grupo de Pronta Intervenção da PF (GPI), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil da Bahia (Core).
Caso os investigados sejam condenados, as penas, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.
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