STJ manda soltar porteiro que responde a 62 processos criminais
Homem negro foi reconhecido pelas vítimas apenas por fotos

SBT News
O Superior Tribunal de Justiça determinou a soltura de um porteiro que responde a 62 processos criminais no Rio de Janeiro. Ele foi incriminado em todas as ações por reconhecimento fotográfico. O STJ reconheceu que esse instrumento não pode ser utilizado como prova cabal de um crime.
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Paulo Alberto Costa foi preso em 2020 e, desde então, a família aguarda por justiça.
"Esses três anos não foram fáceis pra gente. A gente gastou o que não tinha, a gente tirou de onde não tinha. [...] Meu filho é inocente, trabalhador e somos honestos, e vamos continuar de cabeça erguida", conta a mãe de Paulo, Maria José Vicente.
Paulo trabalhava como porteiro e não tinha nenhuma passagem pela polícia, mas, de repente, começou a ser acusado de mais de 60 crimes. Em nenhum dos processos foi ouvido pelos investigadores e, em todos, foi reconhecido pelas vítimas apenas por fotos. "Ele tem sido absolvido em muitos processos porque a vítima, simplesmente, não o reconhece em juízo. Frente a frente com ele, não o reconhece, quando tinha reconhecido uma foto dele, uma foto retirada do Facebook, na maioria das vezes", afirma a subcoordenadora de defesa criminal (DPRJ), Isabel Scheprejer.
Nessa 4ª feira (10.mai), Paulo foi absolvido de um dos processos. O STJ também concedeu habeas corpus em todas as outras ações ajuizadas contra o porteiro, determinando a soltura imediata de Paulo Alberto.
Como os alvarás de soltura precisam ser expedidos por diversos juízes, ainda não há previsão de quando o porteiro deixará a prisão.
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