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SBT vai à cidade palco do conflito que mudou a guerra na Ucrânia

Enviado especial Sérgio Utsch esteve em Bucha, onde mais de 600 ucranianos foram mortos por soldados russos

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batalha de bucha
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A invasão russa à Ucrânia completa, na próxima semana, um ano, com imagens que já entraram para a história. Algumas delas aconteceram em Bucha, cidade ucraniana que foi palco de uma das batalhas mais importantes e sangrentas desta guerra, até agora.

O enviado especial Sérgio Utsch esteve em Bucha, nesta 6ª feira (17.fev), revisitou lugares marcados pelo conflito e conversou com ucranianos que ainda residem na cidade.

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Pelas ruas de Bucha, as marcas da guerra são mais intensas a cada esquina. E um terreno repleto de lama revela um dos indícios dos crimes cometidos pelas tropas russas. Era para aquele espaço amplo, atrás de uma igreja, que moradores da cidade levavam os corpos das pessoas assassinadas pelos invasores - muitas delas, largadas, expostas, pelas ruas.

Dos mais de 600 ucranianos baleados por soldados russos na cidade, 116 foram enterrados ali, em covas rasas, com areias, pelos próprios moradores. Alguns, inclusive, foram mortos enquanto tentavam sepultar as vítimas.

Depois que foram exumadas, peritos concluíram que grande parte das pessoas mortas foram torturadas e executadas, sem qualquer chance de defesa. O galpão, que ainda servia de abrigo e esconderijo para os ucranianos, acabou se tornando uma prisão e centro de tortura. Os acontecimentos na instalação se tornaram o primeiro caso investigado pelos promotores da Ucrânia e por uma comissão das Nações Unidas.

Bem ao lado do galpão, um pequeno memorial marca o lugar onde 8 soldados ucranianos foram fuzilados. Cirilo escapou da morte, não da prisão. Muitos moradores foram detidos sob a acusação de colaborar com o próprio país. Outros tantos passaram semanas no subsolo, ou onde conseguiam se esconder. Qualquer vestígio de vida poderia ser um sinal para a artilharia dos russos.

Quase um ano depois da grande ofensiva russa, as mortes em Bucha tornaram-se um marco na história do conflito, que poderia ser outra, se não fosse pelo que aconteceu em uma das ruas da cidade, em março do ano passado.

A casa semi-destruída é um dos poucos resquícios da batalha importante que aconteceu naquele lugar. Os russos seguiam de um lado, em direção à capital Kiev. O local é uma via importante de acesso, mas é relativamente estreita. Por isso, os ucranianos se aproveitaram desse fato para impedir que os invasores seguissem adiante.

As imagens, que vão entrar para a história, mostram a coluna de tanques russos destruídos na rua estreita, onde os ucranianos fizeram uma emboscada contra os inimigos. Muitos soldados da Rússia morreram naquele local.

Hoje, boa parte das casas de Bucha está em reconstrução, mas as lembranças estão ali, ainda fortes. Ao repórter Sérgio Utsch, Georgos conta dos foguetes, explosões, e dos corpos por todos os lados.

Se os russos tivessem conseguido passar daquele ponto, teriam caminho livre para Kiev e, provavelmente, teriam também invadido e tomado a capital ucraniana, o que mudaria para sempre o rumo da guerra e do país.

Como um sinal de resistência, boa parte da iluminação pública de Kiev foi reestabelecida. Junto com a luz, veio também a neve e um cenário de aparente calma, que nenhum ucraniano sabe por quanto tempo ainda irá durar.

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