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Justiça

Fachin expressa preocupação com operação policial que matou 25 no Rio

Ministro do STF é relator da ação que restringiu as operações no Rio de Janeiro durante a pandemia

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Em brasília, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), conversou com o procurador-geral do estado do Rio de Janeiro e expressou preocupação com os acontecimentos no Complexo da Penha. Uma operação policial deixou 25 mortos na última 3ª feira (24.mai).

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Fachin foi o relator da ação que restringiu as operações policiais no Rio durante a pandemia. O ministro disse ter confiança de que as circunstâncias da atuação da polícia serão investigadas.

"Ao procurador, o ministro demonstrou muita preocupação com a notícia de mais uma ação policial com índice tão alto de letalidade na data de ontem, mas informou que soube da pronta atuação do Ministério Público e que tem confiança de que a decisão do STF será cumprida, com a investigação de todas as circunstâncias da referida operação", afirmou o STF em nota.

O Ministério Público Federal (MPF) espera receber até 6ª feira (27.mai) as informações solicitadas às forças de segurança envolvidas na operação. O MPF estranha a justificativa para a incursão policial: o cumprimento de dois mandados de prisão, com datas de 2014 e 2015, contra suspeitos de tráfico de drogas que não foram presos nem estão entre os feridos ou mortos.

"Iniciar uma operação desse porte com base em dois mandados expedidos há sete, oito, nove anos já é algo que se causa estranheza, e se essa operação, apesar disso, redunda em 25 mortes, essa operação não se pode dizer que foi exitosa", afirma o procurador da República Eduardo Benones.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também pediu explicações para a Polícia Militar e para a Polícia Civil sobre a investigação.

O diretor da Federação das Favelas do Rio de Janeiro, Derê Gomes, lamentou as operações em comunidades: "alguém se sente seguro no Rio de Janeiro após a chacina que aconteceu ontem? Ou após a chacina do Jacarezinho, ou após a chacina do Salgueiro? Alguém se sente seguro depois disso tudo?".

Em uma rede social, o presidente Jair Bolsonaro escreveu: "parabéns aos guerreiros do BOPE e da Polícia Militar que neutralizaram pelo menos 20 marginais". Já o governador do estado, Cláudio Castro, disse que política de segurança exige do poder público demonstração de força e autoridade.

Vítimas são identificadas

Nove dos 10 mortos já identificados tinham anotações criminais, segundo a polícia. não era o caso da cabeleireira Gabrielle Cunha, de 41 anos. O corpo dela foi enterrado nesta 4ª feira (25.mai)

A mãe, Divone Ferreira da Cunha, não escondia a dor, e descreveu a filha como "uma pessoa amorosa, sorridente, brincalhona, feliz".

Gabrielle morreu após ser baleada perto de casa durante a operação no Complexo da Penha. Segundo a PM, ela foi atingida em uma área onde não havia a presença de policiais.

Outras 24 pessoas morreram na ação. Nesta 4ª, parentes estiveram no Instituto Médico Legal (IML) para liberar os corpos. Seis pessoas permanecem internadas, entre elas, um perito da Polícia Civil. 

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