Evasão escolar se agravou na pandemia mesmo com ensino remoto, diz estudo
No segundo trimestre deste ano, o número de alunos, de 6 a 14 anos, fora da escola aumentou 171,1%
SBT Brasil
A evasão escolar se agravou no país durante a pandemia, mesmo com a adoção do ensino remoto. É o que revela o estudo da ONG Todos pela Educação divulgado nesta 5ª feira (2.nov).
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É uma triste realidade. No segundo trimestre deste ano, o número de alunos, de 6 a 14 anos, fora da escola aumentou 171,1% em relação ao mesmo período de 2019. São 244 mil estudantes, a maior taxa dos últimos seis anos.
Segundo Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais da Todos pela Educação, devido a problemas educacionais e sociais muito graves, "muitos estudantes acabaram ficando afastados, não só fisicamente, mas não tinham nenhum contato com suas escolas".
O percentual de alunos matriculados no Ensino Fundamental também recuou ao menor índice desde 2012, passando de 98% (2019) para 96,2% (2021). Para Gabriel, é preciso "identificar quem são essas crianças e jovens, identificando quem são essas crianças e suas famílias, olhar para os problemas que levaram a essa evasão". Essa identificação já é uma tarefa feita na capital paulista por agentes do programa Busca Ativa, como Elenice Soares das Neves. Nas palavras dela, "tem várias circunstâncias que fazem o aluno não retornar à escola". Ainda de acordo com a agente, "teve gestantes, até caso de roedores que comeram o material do aluno, a roupa do aluno, por se tratarem de pessoas que moram dentro de comunidades".
E a busca ativa é feita não só para trazer os alunos de volta às salas de aula ou às aulas online. Ela também serve para acompanhar a perticipação deles nas atividades. Nesta 5ª feira (2.nov), por exemplo, Elenice foi visitar quatro estudantes que estão no ensino remoto, para saber por que eles não estão entregando os trabalhos passados pelos professores.
No primeiro endereço, ninguém foi encontrado. No segundo, a estudante do 6º ano explicou o motivo da ausência nas aulas online: "é que o tablet não está funcionando, ele parou de funcionar". De acordo com Elenice, "o ensino remoto no Brasil não chegou para todo mundo e não chegou com qualidade adequada". "Sem isso, sem essa garantia desse direito educacional, a gente vai estar condenado essas crianças e jovens e consequentemente o futuro do nosso país", acrescentou.
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