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Saúde

Um em cada três municípios brasileiros ainda sofre com falta de vacinas, aponta pesquisa

Vacina contra catapora lidera escassez e falta de doses contra Covid-19 preocupa; autoridade alerta para risco de retorno de doenças eliminadas, como a pólio

Imagem da noticia Um em cada três municípios brasileiros ainda sofre com falta de vacinas, aponta pesquisa
Vacinação em unidade de saúde (Paulo Pinto/Agência Brasil)
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Um terço dos municípios brasileiros (33,7%) ainda sofre com a falta de vacinas essenciais, segundo a terceira edição da pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgada nesta segunda-feira (2). O levantamento, que ouviu 1.490 gestores entre abril e maio de 2025, aponta que, embora o desabastecimento tenha diminuído em relação a 2024 – quando atingia quase dois terços (64,7%) das cidades –, a situação continua crítica, especialmente para a vacina contra varicela (catapora), que lidera o ranking de escassez.

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A vacina contra a varicela, que protege crianças de quatro anos, está em falta há mais de 90 dias em 338 municípios. Com uma cobertura nacional de apenas 74,46% — bem abaixo da meta de 95% —, a situação preocupa especialistas, que temem o retorno de surtos da doença. Em seguida, faltam doses de tetraviral (16%), de vacinas contra Covid-19 para adultos (9%) e crianças (8%), e contra dengue (8%).

A escassez de doses contra a Covid-19 é alarmante, pois, de acordo com os dados do InfoGripe da Fiocruz, o vírus foi responsável por quase um quinto (18,6%) dos 50.090 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados em 2025. Em Minas Gerais, onde 51% dos municípios pesquisados relataram falta de vacinas, o cenário é crítico: até maio, foram contabilizados 8.800 casos de SRAG e 442 óbitos, com crianças de um a nove anos como as mais hospitalizadas.

Além da escassez, os gestores municipais enfrentam desafios como prazos de validade curtos (32% receberam doses próximas do vencimento) e baixa procura da população (27%). A CNM também destacou que 17% dos municípios gastam mais de R$ 240 mil por ano para manter as salas de vacinação em funcionamento — custo que inclui equipes, materiais e infraestrutura.

"O Brasil não atinge a meta de cobertura para a poliomielite há nove anos. Se não resolvermos esses problemas, doenças eliminadas podem voltar a ameaçar a população", alerta Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

Nas duas primeiras pesquisas, feitas em 2024, o Ministério da Saúde, por meio de nota técnica, reconheceu a falta de abastecimento de vacinas na rede pública de saúde. Nesse documento, a Pasta detalhou que os problemas enfrentados estão relacionados principalmente à fabricação, à logística e à demanda.

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