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Saúde

"Só faz cirurgia bariátrica quem é preguiçoso”? Veja mitos sobre procedimento cirúrgico

Mais do que uma operação para perder peso, a bariátrica é uma decisão médica séria que exige responsabilidade e acompanhamento; entenda

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Cirurgia bariátrica é cercada de mitos; confira | Freepik
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Mais do que uma operação para perder peso, a cirurgia bariátrica é uma decisão médica séria que exige responsabilidade, acompanhamento e informação de qualidade.

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A cirurgia bariátrica é hoje um dos tratamentos mais eficazes para a obesidade grave, uma doença crônica que afeta milhões de pessoas no mundo todo. Mesmo sendo um procedimento seguro e cientificamente comprovado, ainda existem muitos mitos e informações equivocadas que acabam prejudicando quem realmente precisa de ajuda. Mas vamos esclarecer aqui as principais dúvidas de forma clara e objetiva.

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Mito 1: "Cirurgia bariátrica é o caminho mais fácil para emagrecer"

Muita gente acredita que a cirurgia bariátrica é uma solução rápida e sem esforço para perder peso. Na realidade, ela é apenas uma ferramenta que ajuda o paciente a emagrecer, mas o sucesso depende diretamente da dedicação pessoal. Antes da cirurgia, é necessário passar por uma avaliação rigorosa com uma equipe multidisciplinar, incluindo nutricionista, psicólogo, endocrinologista e cirurgião. Após o procedimento, a mudança no estilo de vida é obrigatória: alimentação equilibrada, prática de exercícios e acompanhamento médico frequente.

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Mito 2: "Só faz cirurgia quem é preguiçoso"

Obesidade não é falta de força de vontade. É uma doença complexa, influenciada por fatores genéticos, hormonais, psicológicos e ambientais. Muitas pessoas obesas lutam por anos com dietas e exercícios sem conseguir resultados sustentáveis, por razões que fogem do simples "comer menos". A cirurgia bariátrica é indicada para melhorar a saúde e a qualidade de vida, reduzindo riscos de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono.

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Mito 3: "Quem opera engorda tudo de novo"

É verdade que existe o risco de ganhar peso novamente após alguns anos. No entanto, estudos mostram que a maioria dos pacientes mantém uma perda significativa de peso no longo prazo. O reganho é geralmente menor do que a perda total obtida com a cirurgia. Para evitar esse problema, o acompanhamento regular com profissionais de saúde é fundamental, assim como a manutenção de hábitos saudáveis.

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Mito 4: "Depois da cirurgia, a pessoa nunca mais come normal"

Nos primeiros meses após a cirurgia, a dieta é bastante controlada para permitir a adaptação do sistema digestivo. Mas, à medida que o corpo se recupera, a alimentação vai sendo reintroduzida de forma gradual. O objetivo é ensinar o paciente a fazer escolhas mais saudáveis e a comer porções adequadas, sem sofrimento. Não se trata de nunca mais comer aquilo de que se gosta, mas de aprender a equilibrar as refeições.

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Mito 5: "Todo obeso pode fazer cirurgia bariátrica"

Nem todos os pacientes com obesidade são candidatos à cirurgia. Existem critérios bem definidos: é preciso ter Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², ou acima de 35 kg/m² associado a doenças graves relacionadas à obesidade, como diabetes, hipertensão, entre outras. Além disso, é necessário passar por uma avaliação psicológica, nutricional e clínica para confirmar a indicação. Existem também outras doenças e condições clínicas que impedem a realização da cirurgia bariátrica.

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Quando a cirurgia bariátrica é indicada?

A indicação depende de uma avaliação criteriosa. Além do IMC e das comorbidades, é analisado o histórico de tentativas anteriores de emagrecimento, a capacidade de adesão a um novo estilo de vida e o estado emocional do paciente. A decisão é sempre tomada em conjunto com uma equipe especializada.

Como é o acompanhamento após a cirurgia

Muita gente acredita que, após a cirurgia, a batalha contra a obesidade termina. Na verdade, o procedimento marca o início de uma nova fase. O sucesso da cirurgia bariátrica depende da participação ativa do paciente em seu próprio tratamento.

O acompanhamento regular com a equipe multidisciplinar é essencial para:

  • Ajustar a alimentação e suplementação de vitaminas;
  • Monitorar o peso e a saúde geral;
  • Prevenir problemas nutricionais;
  • Apoiar a saúde mental;
  • Estimular a prática de atividade física.

Mudanças de estilo de vida, compromisso com a saúde e apoio profissional fazem toda a diferença para garantir que os resultados da cirurgia sejam duradouros.

Fazer ou não fazer a bariátrica?

A cirurgia bariátrica é um tratamento sério, seguro e eficaz para obesidade grave, desde que realizada dentro dos critérios médicos corretos e com acompanhamento adequado. Não se trata de "caminho fácil" nem de "preguiça", mas de uma escolha madura pela saúde e pela qualidade de vida.

Combater os mitos é essencial para que mais pessoas possam buscar informação de qualidade e tratamento adequado. A obesidade é uma doença — e, como toda doença, merece ser tratada com conhecimento, respeito e empatia.

*Antonio Couceiro Lopes é cirurgião do aparelho digestivo credenciado pelo CRM 100656 SP | RQE 26013

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