Será que eu "sou legal”? Estudo revela que conceito é parecido no mundo todo; entenda
Apesar das diferenças culturais, o que torna alguém “descolado” é praticamente universal, segundo pesquisa feita em diversos países

Wagner Lauria Jr.
“(...) Eles fazem você se sentir legal. E, ei… eu te conheci. Você não é legal.” A frase dita por Lester Bangs, editor da Creem Magazine, ao jovem jornalista William Miller no filme "Quase Famosos" resume uma verdade: querer não é o mesmo que ser legal. Mas o que é "ser legal"?
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Uma nova pesquisa internacional mostra que, apesar das diferenças culturais, o que torna alguém “legal” ou “descolado” é praticamente universal.
“Esperávamos ver algumas diferenças culturais. Houve algumas pequenas variações, mas, no geral, pessoas em todo o mundo associaram a descolada às mesmas características”, afirma o professor Caleb Warren, da Eller College of Management da Universidade do Arizona,
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O estudo, liderado por Warren, entrevistou mais de 5 mil pessoas em 12 países — incluindo Austrália, Chile, China, Alemanha, Índia, Nigéria, Coreia do Sul e Estados Unidos — para entender o que define alguém como "cool".
As seis características de uma pessoa “legal”
Independentemente da origem, os participantes associaram a ideia de ser descolado aos seguintes traços:
- Extroversão;
- Hedonismo (valorização do prazer);
- Poder;
- Espírito aventureiro;
- Abertura a novas experiências;
- Autonomia.
“Esperávamos ver algumas diferenças culturais. Houve algumas pequenas variações, mas, no geral, pessoas em todo o mundo associaram a descolada às mesmas características”, afirma Warren.
Para ele, a consistência é surpreendente e aponta para um entendimento global sobre o que torna alguém digno de admiração, especialmente entre pares ou em ambientes sociais.
“Legal” não é sinônimo de “bom”
O estudo também identificou uma diferença importante entre ser legal e ser uma boa pessoa. Embora os dois conceitos tenham alguma sobreposição, eles não são a mesma coisa.
Pessoas consideradas boas eram descritas com traços mais ligados à estabilidade e empatia, como:
- Conformismo;
- Tradição;
- Segurança;
- Acolhimento;
- Universalismo;
- Consciência;
- Calma.
Apenas um traço, capacidade, apareceu igualmente associado a pessoas boas e legais.
“Sua avó pode ser uma pessoa muito boa, mas isso não a torna necessariamente legal. Essa distinção importa porque ajuda a explicar por que admiramos pessoas diferentes por motivos diferentes", explica Warren.
Quais são as aplicações práticas da pesquisa?
A pesquisa tem aplicações práticas, especialmente no marketing e nas relações públicas. Marcas que querem parecer “legais” tendem a associar seus produtos a pessoas com os traços citados, extrovertidas, autênticas, abertas ao novo, em vez de tentar parecer descoladas por conta própria.
De acordo com Warren, a autenticidade é crucial.
"Se as pessoas acham que você está tentando ser descolado, você perde credibilidade. Isso porque ser descolado tem a ver com autonomia, originalidade e despreocupação em se encaixar", pontua.
De acordo com o estudo, entender o que torna alguém legal ajuda a responder algumas perguntas mais amplas: como o carisma influencia a política? Como padrões de comportamento “legais” moldam novas normas sociais?
* Com informações do Futurity