Saúde está em alerta para casos de sarampo no RS
Vírus ainda circula em países da América e Europa

Guilherme Rockett
O retorno às aulas após o recesso de inverno acendeu o alerta da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul para o risco de reintrodução do sarampo. A circulação de pessoas que viajaram para regiões com registros da doença aumenta a atenção da vigilância em saúde neste período. Embora o Brasil tenha recuperado a certificação de eliminação do sarampo em novembro de 2024, o vírus ainda circula nas Américas, Europa e outras regiões. A vacinação é a principal forma de prevenção. "Precisamos nos manter em alerta para casos suspeitos de doenças exantemáticas como o sarampo, que causam febre e sintomas respiratórios, especialmente quando há histórico de deslocamento ou contato com viajantes que estiveram em áreas com casos confirmados", afirmou a enfermeira Lara Crescente, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs-RS). Em abril, Porto Alegre registrou um caso importado em uma mulher sem comprovante de vacinação, que havia voltado dos Estados Unidos. No país, o Tocantins confirmou 17 casos nas últimas semanas, todos em pessoas não vacinadas. Houve ainda registros no Rio de Janeiro (2), Distrito Federal (1) e São Paulo (1). Nas Américas, quase 10 mil ocorrências foram notificadas neste ano, com destaque para Canadá, México e Estados Unidos. Na União Europeia, mais de 14 mil casos foram confirmados em 12 meses. Para reforçar a prevenção, a SES executa desde junho um plano de intensificação vacinal em 35 municípios de alto risco, com aplicação da "dose zero" para crianças de 6 a 11 meses. A estratégia também prevê bloqueio vacinal rápido, busca ativa em locais de grande circulação, revisão da situação vacinal de trabalhadores da saúde e educação e registro nominal das doses aplicadas.
Doença contagiosa
O sarampo é altamente contagioso, transmitido pelo ar e capaz de infectar até 90% das pessoas não vacinadas próximas a um doente. Os sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas, tosse, conjuntivite e coriza. A cobertura vacinal ideal é de 95%, mas o Estado registra 92,36% para a primeira dose e 77,69% para a segunda. Quem não tem registro ou esquema vacinal completo deve procurar uma unidade básica de saúde. Nos últimos 15 anos, o RS teve picos em 2019 (101 casos) e 2020 (37 casos). Após três anos sem registros, houve um caso importado em 2024 e outro em 2025.
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