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Saúde

Quem é Rachel Kochhann, porta-bandeira do Brasil em Paris que venceu câncer de mama

Atleta foi diagnosticada com a doença quando tinha apenas 29 anos e passou por tratamento que durou 20 meses

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Tratamento do câncer de Rachel durou 20 meses | Gaspar Nóbrega/COB
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Raquel Kochhann será uma das porta-bandeiras do Brasil na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Paris, que acontece na próxima sexta-feira (26). Além disso, disputará a terceira competição olímpica de sua carreira com a seleção brasileira feminina de rugby, onde é conhecida como capitã das Yaras. Paralelo a isso, a atleta tem uma história de superação pessoal: dois anos foi diagnosticada com câncer de mama, que chegou a se espalhar por seu corpo.

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Natural de Saudades, em Santa Catarina, a atleta hoje tem 31 anos, e teve um nódulo detectado na região quando tinha apenas 29, por exames feitos pouco antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. Meses depois, em 2022, ela foi diagnosticada com câncer na região da mama, quando novamente fez exames após uma lesão no joelho. A atleta chegou a fazer uma mastectomia bilateral, que é o procedimento de retirada da mama. No entanto, a intervenção cirúrgica não evitou que o câncer se espalhasse para o osso do esterno.

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A oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Mamários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Daniela Dornelles Rosa, ressalta que a retirada da mama nem sempre evita que o câncer se espalhe pelo corpo e, de forma geral, a metástase para os ossos é o tipo mais comum no câncer de mama.

"Não é mais frequente ver o espalhamento do câncer após a retirada [da mama], mas uma vez recebendo o diagnóstico de câncer, é mais comum ir para os ossos nos casos em que há metástase", explica.

O risco da doença se espalhar pelo corpo, segundo a especialista, tem relação com o tipo de câncer. No caso de Rachel, a evolução do tumor foi rápida: ele dobrou de tamanho em poucos meses depois de ser detectado.

Câncer de mama abaixo dos 30 anos?

Quando uma mulher é diagnosticada com câncer de mama abaixo dos 30 anos, como aconteceu com Rachel, há maior relação com mutações genéticas.

"A chance é menor que 10% no geral, mas aumenta se a mulher for mais jovem. Também existem fatores que nós ainda não conhecemos", explica Daniela.

No caso da jogadora há fatores hereditários: sua mãe, Vera, também enfrentou um câncer de mama quando ela tinha 15 anos. Esse foi um dos motivos, inclusive, pelo qual a atleta decidiu não colocar próteses mamárias: além de aumentar o tempo de recuperação, havia o risco de rejeição à prótese, o que já havia ocorrido com a mãe, segundo o Portal da Confederação Brasileira de Rugby.

O que fazer quando há histórico familiar de câncer?

Para minimizar o risco da doença, se houver casos de câncer na família, a especialista recomenda consultar um médico geneticista para avaliar risco de câncer hereditário; na presença de mutações de determinados genes, a mastectomia profilática bilateral, que é a retirada da mama antes do câncer acometer a região, pode auxiliar na prevenção da doença que ainda não ocorreu.

Diagnóstico de câncer de mama em mulheres mais jovens também muda

Em geral, o diagnóstico de câncer de mama é feito com mamografia a partir dos 40 anos. No entanto, quando há suspeita de câncer de mama em mulheres mais jovens, nem sempre apenas mamografia é suficiente para diagnosticar, em razão da densidade das mamas.

Nessas situações, de acordo com a especialista, a ultrassonografia das mamas pode ser um auxiliar para complementar o diagnóstico.

Tratamento

Para o tratamento desse tipo de câncer, que se espalha para o osso, vai depender do tipo biológico da doença, segundo a especialista. Pode ser indicado hormonoterapia, quimioterapia, radioterapia, bloqueio do H2, imunoterapia ou a combinação dos tratamentos.

"Vai depender muito das características do tumor e vários detalhes que precisamos saber para definir o tratamento", disse.

No caso da atleta, a indicação foi de quimioterapia, em que ela foi submetida enquanto treinava com a seleção. O tratamento durou 20 meses.

“Sempre quis ser atleta e o ambiente e a energia do nosso grupo me fazem bem, o que foi essencial para manter a força mental para seguir em frente”, disse ao portal da Confederação Brasileira de Rugby.
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