Pesquisa revela neurônios relacionados à compulsão alimentar
Descoberta pode abrir caminhos para novos tratamentos da doença que atinge 9 milhões de brasileiros
Flavia Travassos
A ciência está cada vez mais próxima de entender as origens dos transtornos alimentares. Pela primeira vez, pesquisadores da Universidade da Califórnia identificaram um conjunto de células nervosas diretamente ligadas à busca compulsiva por comida.
A compulsão alimentar é um problema enfrentado por quase 5% dos brasileiros, cerca de nove milhões de pessoas, quase o dobro da média mundial.
Segundo os especialistas, a compulsão alimentar funciona como um ciclo vicioso. A pessoa sente uma vontade exagerada de comer um alimento específico, depois de consumi-lo, é tomada pela culpa, um sentimento compulsivo que leva à vontade de comer mais. Para interromper esse processo, exercício físico e alimentação saudável são essenciais.
Mas primeiro é importante cuidar das emoções, como explica um endocrinologista Renato Zilli, do Hospital Sírio Libanês. "Na verdade, essa é uma reposta do cérebro a um estresse externo. Muitas vezes é um sentimento de desvalor, uma ansiedade, uma frustração, que a comida não vai resolver."