O que é a doença da descompressão, que causou a morte de mergulhador na Bahia
Augusto da Silva Costa, de 36 anos, realizava um mergulho a 40 metros de profundidade em Porto Seguro, no litoral sul do estado; entenda
Um mergulhador profissional morreu em Porto Seguro, cidade do litoral sul da Bahia, após sofrer complicações decorrentes da doença da descompressão (veja mais detalhes abaixo).
Na última sexta-feira (22), Robson Augusto da Silva Costa, de 36 anos, realizava um mergulho a 40 metros de profundidade, quando foi acometido pela condição. Ele foi socorrido pelos tripulantes da embarcação em que estava, mas acabou morrendo. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil do Estado da Bahia, que segue investigando as causas da morte.
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O limite para mergulho é, de fato, 40 metros (equivalente a um prédio de 14 andares), segundo a Associação Profissional de Instrutores de Mergulho (do inglês PADI - Professional Association of Diving Instructors). A condição afeta de 2 a 4 a cada 10 mil mergulhadores recreativos, de acordo com o Manual da MSD.
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O que é a doença da descompressão?
A doença da descompressão ocorre quando bolhas de nitrogênio permanecem no corpo do mergulhador mesmo após a subida à superfície e causam embolia gasosa (deficiência de oxigenação). Ela pode ou não ser fatal.
"O que acontece dentro do seu corpo durante a doença de descompressão é semelhante ao que acontece quando você abre uma bebida gaseificada [como refrigerante]", aponta artigo publicado na Harvard Health Publishing, por Howard E. LeWine.
O texto aponta que isso ocorre da seguinte maneira: quando a pessoa mergulha com ar comprimido, absorve oxigênio e nitrogênio extras. O corpo usa o oxigênio, mas o nitrogênio é dissolvido em seu sangue, onde permanece durante seu mergulho. Conforme você nada de volta para a superfície após um mergulho profundo, a pressão da água ao seu redor diminui. Por isso, a velocidade da subida até a superfície importa.
"Se essa transição ocorrer muito rápido, o nitrogênio não terá tempo de sair do seu sangue", ressalta.
De acordo com artigo, além de acometer mergulhares, pode ocorrer também durante viagens aéreas de alta altitude ou não pressurizada.
Os sintomas incluem dor nas articulações, tontura, dor de cabeça, dificuldade em pensar claramente, fadiga extrema, formigamento ou dormência, fraqueza nos braços ou pernas, erupção cutânea.
O tratamento recomendado é o uso de uma câmara hiperbárica de oxigênio, que é uma câmara de alta pressão na qual o paciente recebe 100% de oxigênio.
É possível evitar?
Veja dicas de Harvard de como evitar situações como essa:
- Mergulhe e suba lentamente na água, e não fique na sua profundidade mais profunda por mais tempo do que o recomendado. Mergulhadores autônomos normalmente usam tabelas de mergulho que mostram quanto tempo você pode permanecer em uma determinada profundidade;
- Evite pegar um voo dentro de 24 horas após o mergulho;
- Evite beber álcool antes de mergulhar;
- Evite banheiras de hidromassagem, saunas ou banhos quentes após o mergulho;
- Certifique-se de estar bem hidratado, bem descansado e preparado antes de mergulhar. Se você teve recentemente uma doença grave, lesão ou cirurgia, converse com seu médico antes de mergulhar.
