Negativa de familiares de potenciais doadores levam à queda na doação de órgãos no Brasil
Dados mostram uma redução de 4,6% no número de doações de órgãos em comparação com 2023
Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) referentes ao primeiro semestre deste ano de 2024 mostram uma redução de 4,6% no número de doações de órgãos em comparação com 2023. O indicador ficou 10% abaixo do que foi projetado para o ano.
Um dos principais fatores que explicam essa queda é o aumento do veto à doação de órgãos por parte de familiares de pessoas que têm morte encefálica e que são potenciais doadores, segundo a ABTO.
No Brasil, mesmo que a pessoa declare em vida que deseja doar os órgãos, a família precisa autorizar a doação após a morte. Por isso, é importante conversar com a família sobre o assunto.
Outra razão para a não doação de órgãos, de acordo com o levantamento, foi a contraindicação médica.
64 mil pacientes na fila de espera por transplante
Em junho de 2024, o Brasil tinha 64.265 pacientes na lista de espera por transplantes, sendo 35.695 à espera de um rim. Nesse período, 1.793 pessoas, incluindo 46 crianças, faleceram enquanto aguardavam. A taxa de transplante cardíaco aumentou 9,5% em relação a 2023, mas ainda ficou 4,2% abaixo da meta para 2024.
Transplantes de pulmão e pâncreas apresentaram variações significativas, com taxas abaixo das metas para o ano. O transplante de córneas também caiu 6,1% em relação ao ano passado e se afastou da meta de "fila zero", embora alguns estados tenham superado essa meta.