Médico acusado de agredir jovem que morreu em hospital é afastado temporariamente
Enfermeira também foi afastada pela Secretaria Municipal de Saúde; Richard Ferreira da Cruz foi enterrado nesta terça-feira (13)
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu afastar temporariamente, na segunda-feira (12), o médico e a enfermeira acusados de agredir Richard Ferreira da Cruz, de 20 anos, no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Segundo a família, o rapaz foi levado por bombeiros para a unidade na noite desse sábado (10), por volta das 21h30, com ferimento de faca no pescoço.
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De acordo com os familiares, o jovem foi agredido com chutes na barriga e um soco no pescoço após tentar tomar água na madrugada de domingo (11).
A Secretaria de Saúde alega que o paciente estava agitado e agressivo e atacou os profissionais de saúde, que precisaram adotar "medidas de proteção" até conseguir contê-lo e encaminhá-lo à sala vermelha. "Devido ao intenso sangramento, o paciente não resistiu e, infelizmente, veio a óbito", detalhou a direção.
O corpo de Richard foi velado durante manhã e enterrado na tarde desta terça (13), no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona norte da cidade.
Ao SBT, a mãe do jovem, Alessandra Ferreira da Silva, disse que Richard sofria de depressão, transtorno bipolar e já havia tentado se suicidar outras vezes. Segundo ela, o ferimento estava estabilizado quando o rapaz foi agredido pelos profissionais.
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Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde disse que os profissionais envolvidos foram identificados e estão à disposição da Polícia Civil para prestar depoimento. Além deles, outros pacientes que estavam no mesmo setor da unidade também poderão, a critério da autoridade policial, ser chamados como testemunhas.
Em nota, a SMS disse que, em maio, Richard havia sido levado para a emergência da unidade em "surto psicótico, se cortando com faca, sendo extremamente agressivo e hostil, xingando a equipe" e teve de ser contido pelos bombeiros após quebrar toda a sala da unidade.
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"No atendimento mais recente, a situação se repetiu na sala de trauma, onde havia outros pacientes graves sendo atendidos, o que poderia colocar em risco, além da equipe médica, os demais presentes no local. A enfermeira, em depoimento policial, denunciou ter sido ameaçada pelo paciente e relatou que o médico apenas tentou imobilizar o paciente, que estava descontrolado, em acesso de fúria, e que a mãe também tentou segurar o filho", relata a secretaria.
Em nota, a Polícia Civil disse que o caso foi registrado na delegacia da Barra da Tijuca.