LeBron James suspende uso de redes sociais; existe a hora certa para parar?
Astro do basquete, com mais de 200 milhões de seguidores, decidiu pelo afastamento após cobertura de imprensa "negativa" da NBA
LeBron James decidiu deixar as redes sociais por um tempo. A decisão foi anunciada pelo astro do basquete, que tem mais de 200 milhões de seguidores, compartilhar pelo X uma publicação lamentando a cobertura "negativa" na imprensa esportiva americana da NBA.
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"Com tanto ódio e negatividade no mundo de hoje, fico confuso ao ver que alguns meios de comunicação esportivos nacionais continuam acreditando que a melhor maneira de cobrir os esportes é por meio de ângulos negativos", diz parte da publicação de Rich Kleiman, empresário de Kevin Durant, do Phoenix Suns.
O compartilhamento foi acompanhado de um "Amém". Na sequência, ele completou escrevendo que estava "se retirando" das redes sociais por um tempo.
Existe uma hora certa para parar de usar as redes sociais?
O primeiro passo é reconhecer o quanto o uso de redes sociais está prejudicando sua vida, aponta o psicólogo especializado em dependências tecnológicas, Cristiano Nabuco.
"Se o uso das redes sociais está trazendo prejuízos à sua vida, o ideal é começar a fazer intervalos regulares do uso, não levar o telefone para cama na hora de dormir e outras ações para fazer uma espécie de desmame", ressalta.
Para fazer isso, segundo o especialista, a ideia é voltar a "viver a vida fora do mundo digital", como atividade física e leitura, para criar novas conexões cerebrais.
"O cérebro é semelhante a planta que está sendo malcuidada: ambos podem ser recuperados e florescerem em caso de mudanças", explica.
Dependência digital é igual a química?
Além da angústia, os sintomas da "falta" provocados por parar de usar a rede social podem incluir até mesmo náuseas, insônia, taquicardia, sudorese, tensão muscular e pânico, relata Cristiano, que pontua que o quadro sintomático é parecido com o da dependência química.
"Ao longo do tempo, começou a se perceber que uma série de comportamentos repetitivos, que são as dependências comportamentais, como comprar compulsivamente, vício em sexo, em jogos e a dependência tecnológica são semelhantes ao vício em substâncias", ressalta.
Também igual ao consumo de drogas, o vício em tecnologia muda a morfologia do cérebro, ou seja, a forma e a estrutura cerebral do sujeito, com impactos negativos na memória e atenção, segundo o especialista.
Segundo o especialista, os sintomas de abstinência se parecem porque o mesmo circuito de recompensa e prazer é ativado no cérebro em todos os casos. Nesse sentido, igual ao usuário de drogas, que precisa de doses cada vez mais altas para sentir prazer com a substância, o mesmo acontece com a dependência das redes sociais.