Internações de bebês por problemas respiratórios batem recorde em 2023
Mudanças climáticas e baixa cobertura vacinal infantil são as principais hipóteses para o aumento
As internações de bebês menores de um ano por pneumonia, bronquite e bronquiolite em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) registraram recorde em 2023. Dados do Observatório de Saúde na Infância apontam que foram 153 mil internações no último ano, uma média de 419 por dia. O número é 24% superior ao registrado em 2022.
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O estudo analisou taxas de internação por região e revelou uma tendência de queda até 2016. Entre 2016 e 2019, os dados variaram para mais ou menos de acordo com a região. Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, as internações tiveram uma queda média de 340%. Já nos anos seguintes, o cenário foi de aumentos constantes.
Analisando individualmente as regiões, observou-se que Sul e Centro-Oeste foram as que apresentaram as maiores taxas de internação no último ano. Segundo os pesquisadores, o frio intenso e as queimadas associadas ao clima seco, respectivamente, contribuíram para deixar o sistema respiratório das crianças mais vulneráveis.
Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância, aponta que, além das mudanças climáticas, a baixa cobertura vacinal também influenciou o aumento das internações.
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“A redução na vacinação contra doenças respiratórias, possivelmente devido à pandemia de Covid-19, pode ter contribuído para a vulnerabilidade dos bebês. Por isso, é fundamental manter a caderneta de vacinação de bebês e crianças atualizada. Lembrando que também é importante que as gestantes estejam com as vacinas em dia, já que as mães garantem os anticorpos dos bebês nos primeiros meses de vida”, aconselha.