Dia da Incontinência Urinária: ignorar sintomas iniciais pode trazer complicações; entenda
Condição é mais comum entre as mulheres, mas maioria dos homens não procura ajuda médica, revela pesquisa; veja quando se preocupar

Wagner Lauria Jr.
Nesta sexta-feira, 14 de março, é o Dia Mundial da Incontinência Urinária, condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
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Só no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas convivem com a condição, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), número superior ao de diabéticos no país.
Apesar de a condição ser mais comum em mulheres na faixa etária acima dos 40 anos – estima-se que 45% delas tenham incontinência urinária, ante 15% dos homens – principalmente os homens não procuram ajuda médica após os primeiros sintomas.
Uma pesquisa da consultoria MindMinders a pedido da TENA, marca especializada em produtos para incontinência urinária, revela que 63% dos homens ignoram os sinais iniciais.
Muitos recorrem a soluções improvisadas, como o uso de papel higiênico (41%) ou absorventes femininos (20%), produtos não adaptados para a anatomia masculina. Enquanto 44% já perceberam a cueca molhada e 34% relataram dificuldade em segurar a urina até o banheiro, poucos tomaram medidas efetivas.
O que é incontinência urinária?
A incontinência urinária se caracteriza pela perda involuntária de urina e pode estar relacionada a fatores como cirurgias para o tratamento do câncer de próstata e a condições como bexiga hiperativa, ou até mesmo o parto ou traumas.
Os sintomas mais leves se relacionam à incontinência urinária de esforço, quando o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício ou se movimenta, segundo a Biblioteca Virtual da Saúde.
A falta de tratamento adequado pode levar a complicações sérias, como infecções urinárias recorrentes, irritação da pele devido à umidade constante e impacto na saúde mental, incluindo ansiedade e depressão devido ao desconforto e à perda de qualidade de vida.
Infecção urinária ou incontinência?
Segundo a ginecologista Maria Emília, "nem sempre a incontinência urinária é tão óbvia para o paciente, que pode desconfiar da condição ao notar que as roupas íntimas ficam molhadas com frequência".
Ela ainda pontua que a condição pode ser confundida com infecção urinária, que se caracteriza pela proliferação de agentes infecciosos em qualquer parte do sistema urinário, gerando também perda de urina. A confusão acontece principalmente entre as mulheres.
"A principal diferença entre incontinência urinária e infecção urinária é que a segunda ocorre a partir de uma infecção e colonização do trato urinário por bactérias, enquanto a incontinência pode ser causada por alterações anatômicas secundárias a traumas físicos", pontua.