Publicidade
Saúde

Demência frontotemporal: entenda diagnóstico do jornalista Maurício Kubrusly

Reconhecido por sua longa carreira na TV brasileira, ele parou de falar há cerca de um mês devido a doença, segundo sua esposa

Imagem da noticia Demência frontotemporal: entenda diagnóstico do jornalista Maurício Kubrusly
Maurício Kubrusly e sua esposa, a arquiteta Beatriz Goulart | Divulgação
Publicidade

O jornalista Maurício Kubrusly, de 79 anos, foi diagnosticado com demência frontotemporal, uma condição rara que também acomete o ator Bruce Willis e, mais recentemente, a doença também foi detectada na apresentadora e humorista estadunidense, Wendy Williams.

+ O que é demência? Jovens podem ter? Saiba sintomas

Reconhecido por sua longa carreira na TV brasileira, Kubrusly teve sua história contada no documentário "Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí".

O que é a demência frontotemporal?

A demência frontotemporal é uma condição neurodegenerativa que representa entre 5% e 10% dos casos de síndromes demenciais e pode afetar pacientes mais jovens, de acordo com o especialista entrevistado pelo SBT News, Flavio Augusto Sekeff.

"O paciente começa a ficar mais arredio, irritado, jocoso, muda hábitos alimentares, fica menos empático, trata as pessoas de maneira indiferente, até chegar no estado de mutismo acinético", disse o especialista.

O quadro de mutismo se caracteriza pela completa imobilidade, em que a pessoa apenas acorda, mas não consegue se mexer ou falar. Isso aconteceu há cerca de um mês com o jornalista, segundo relato de sua esposa, a arquiteta Beatriz Goulart, para a Revista Veja.

"Na demência frontotemporal, além de comer demais, por exemplo, o paciente pode ter falta de empatia, agressividade e alteração de personalidade."

No caso de Kubrusly, Beatriz Goulart disse à Veja que ele "virou um menino desobediente e muito, muito criativo".

Apagou todos os nomes da cabeça

"Única pessoa que ele sabe o nome é o meu. Ele apagou todos os nomes, assim, é um negócio meio forte para mim", relatou Beatriz ao Fantástico.

Também para a Veja, Beatriz disse que, apesar disso, está se "preparando" para o dia que ele irá "esquecer" seu nome.

Leia um trecho do seu depoimento

“Meu marido sempre foi um leitor voraz. Chegava a mandar vir de Portugal livros que ainda não haviam sido lançados no Brasil. De repente, a gente estava tomando café e comecei a perceber sua mão mais trêmula.

Ele viu em um dos jornais a foto de uma manifestação e me perguntou o que eram aquelas letras embaixo da imagem. Respondi, surpresa: “Como assim, meu amor? Isso é a legenda da fotografia”. E aí ele seguiu: “O que é uma legenda?”. O episódio me arrepiou.

Maurício perdeu de vez a capacidade de leitura. E parou também de usar o celular, porque começou a mandar mensagens e fotos para pessoas erradas. Há menos de um mês, aos 79 anos, parou de falar."

O que causa a demência?

Para o especialista, não existe uma causa definida, no entanto o Alzheimer e a demência frontotemporal possuem relações mais claras com a genética do paciente. Já a de Corpos de Lewy ainda não possui uma causa genética definida. As demências se dividem em primárias, que são as mais comuns, e secundárias. No primeiro grupo, a mais comum delas é o Alzheimer, mas em menor escala ocorrem a demência frontotemporal e por Corpos de Lewy.

Diagnóstico

Os quadros de "pseudodemência" são, na verdade, depressão. Em alguns casos, eles apresentam os mesmos sintomas de uma demência, mas possuem sinais de atenção que diferenciam o diagnóstico, como tristeza e melancolia, por exemplo. O diagnóstico de depressão é feito por um questionário estruturado, história clínica do paciente, além de uso consciente de antidepressivo.

No caso das demências, é preciso que seja feita avaliação clínica do paciente por um neurologista, exames complementares, testes neuropsicológicos e exames de imagem cerebral. Apesar de não haver cura, medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente.

Como cuidar de um paciente com demência?

Como são doenças crônicas, o tratamento se baseia em medicações para melhorar o quadro sintomático do paciente. O especialista destaca o uso de cannabidiol (nesse caso, o fitocannabinoide), que pode ajudar em quadros de Alzheimer. Ele relata que a substância apresenta potencial de melhorar memória e fazer com que os pacientes durmam melhor. Além disso, principalmente entre os idosos, é fundamental procurar programas de reabilitação cognitiva, que envolvam a saúde física e mental, como dança, pintura, coral, além de socialização e prática de exercícios corporais.

Publicidade

Assuntos relacionados

Saúde
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade
Publicidade