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Saúde

Consumo de ultraprocessados tem relação com sinais iniciais de Parkinson, diz estudo

Manifestações incluem constipação, alterações no sono, perda do olfato e sonolência diurna; veja como reduzir o consumo desse tipo de alimento

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Alimentos ultraprocessados incluem refrigerantes, congelados, barrinhas de cereais e hambúrguer | Freepik
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Um novo estudo publicado na revista Neurology revela uma ligação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aparecimento de sinais precoces da doença de Parkinson.

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A pesquisa, conduzida por cientistas dos Estados Unidos e da China, analisou os hábitos alimentares de aproximadamente 43 mil profissionais de saúde ao longo de mais de duas décadas.

Quais foram as descobertas?

Pessoas que consumiam grandes quantidades de alimentos ultraprocessados — como biscoitos, macarrão instantâneo, refrigerantes, carnes processadas e salgadinhos — apresentavam cerca de 2,5 vezes mais probabilidade de desenvolver pelo menos três sintomas iniciais associados ao Parkinson, segundo o levantamento.

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Esses sinais incluem constipação (intestino preso), alterações no sono, perda do olfato, sonolência diurna, depressão e dificuldade de distinguir cores.

Apesar de os resultados indicarem uma associação, o estudo não comprova que esses alimentos causam diretamente a doença, que é neurodegenerativa, progressiva e sem cura. Ainda assim, os dados sugerem uma relação importante entre alimentação e saúde cerebral.

Os alimentos ultraprocessados se diferenciam por conterem ingredientes que normalmente não fazem parte do preparo doméstico, além de aditivos como conservantes, corantes e aromatizantes artificiais.

Consumo de ultraprocessados pode ter relação com a falta de planejamento das refeições | Freepik
Consumo de ultraprocessados pode ter relação com a falta de planejamento das refeições | Freepik

No Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esses produtos correspondem a cerca de 20% da dieta dos brasileiros.

Os pesquisadores acreditam que o alto consumo desses alimentos pode estar associado a processos inflamatórios, alterações no microbioma intestinal ou outros mecanismos biológicos que afetam o funcionamento do cérebro. Além disso, quem consome ultraprocessados tende a deixar de lado alimentos mais saudáveis, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais — fontes de nutrientes que oferecem proteção ao sistema nervoso.

O estudo também aponta que pessoas que apresentaram três sintomas iniciais de Parkinson tinham risco significativamente maior de receber um diagnóstico formal da doença nos anos seguintes. Isso reforça a importância de observar sinais precoces e de compreender melhor como os hábitos alimentares influenciam o risco de doenças neurológicas.

Como reduzir o consumo de ultraprocessados na rotina?

O primeiro passo é não adotar nenhuma medida radical. A introdução de uma alimentação balanceada deve ser gradual e incluir, em quantidades menores, as "junkie foods". Essa estratégia ajuda as pessoas a aceitar a mudança e manter o novo hábito alimentar. Além disso, se permitir comer alimentos não saudáveis em dias específicos, enquanto se prioriza uma dieta equilibrada na maioria deles, pode ser uma boa estratégia nutricional. É o que explica a nutricionista Bianca Gonçalves.

"Planejar refeições com antecedência pode reduzir a tentação de recorrer a alimentos menos saudáveis", ressalta Bianca.

Segundo ela, alguns alimentos são especialmente úteis para evitar cair na tentação, porque contêm triptofano, que ajuda na produção de serotonina, com efeitos positivos sobre a regulação do humor. Entre eles estão: sementes de abóbora e de girassol, bananas e ovos.

Segundo Bianca, incluir na alimentação proteínas magras como peixe, frango sem pele, legumes e tofu pode ajudar a evitar a tentação de comer besteiras por questões emocionais, já que proporcionam sensação de saciedade por mais tempo.

Mirtilos, framboesas e chocolate amargo também podem colaborar com a produção de endorfina.

Além disso, praticar exercícios físicos é essencial, pois ajuda o corpo a produzir quase todos esses neurotransmissores associados ao bem-estar mental – endorfina, dopamina, serotonina. Com isso, ajuda a controlar o apetite e reduzir o risco de comer em excesso.

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