Caneta emagrecedora 100% brasileira chega às farmácias: saiba como usar com segurança
Especialista destaca que uso exige prescrição, acompanhamento médico e atenção à dosagem

Caroline Vale
A partir desta segunda-feira (4), chega às farmácias das regiões Sul e Sudeste do país, a primeira caneta injetável de emagrecimento produzida integralmente no Brasil. Desenvolvida pela EMS, a Olire é uma versão nacional da liraglutida, mesmo princípio ativo do Saxenda, primeiro análogo de GLP-1 aprovado para o tratamento da obesidade.
Com a fabricação local, a expectativa é ampliar o acesso ao medicamento, reduzindo os custos (com valores a partir de R$ 307,26) para os pacientes e sendo mais uma opção contra uma das doenças crônicas mais prevalentes do mundo.
Além da perda de peso, a liraglutida também tem benefícios associados à redução de colesterol, da circunferência abdominal, do risco cardiovascular e até da melhora nos níveis de testosterona em pacientes com obesidade.
+ Pesquisa descobre substância que pode ajudar a emagrecer mais rápido
Eficácia da caneta de emagrecimento brasileira
Para o SBT News, Tassiane Alvarenga, médica endocrinologista e metabologista, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a liraglutida age no cérebro, diminuindo a fome, a compulsão e o apetite, além de retardar o esvaziamento gástrico.
“Ou seja, é uma medicação que atua em múltiplos pontos do apetite e da saciedade”, comenta.
Segundo a especialista, embora tenha menor potencial de perda de peso do que moléculas mais modernas, como a semaglutida (Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro), a liraglutida ainda representa uma alternativa eficaz para muitos pacientes.
“Estudos mostram que a perda de peso média com a liraglutida é de 8% a 10%, mas há pacientes que respondem muito bem e podem chegar a 20%. Obesidade não tem uma causa única, e por isso precisamos de opções diversas e acessíveis”, afirma a médica.
+ De emagrecimento a "reset de dopamina": o que se sabe sobre o banho de gelo?
Como usar com segurança?
O uso da caneta exige prescrição médica. Além disso, um alerta importante é a contagem dos “cliques” da nova caneta.
“Não é uma caneta de ‘apertar e pronto’. É um medicamento que requer ajuste, estratégia e acompanhamento. Estamos falando de um tratamento para uma doença crônica, que exige prescrição médica, orientação nutricional, movimento, sono e rotina adequada. Não existe solução mágica”, afirma a endocrinologista.
Ao contrário dos dispositivos importados, a Olire exige atenção na dosagem:
⦁ 0,6mg = 10 cliques
⦁ 1,2mg = 20 cliques
⦁ 1,8mg = 30 cliques
⦁ 2,4mg = 40 cliques
⦁ 3,0mg = 50 cliques
Além da Olire, para perda de peso, a EMS também anunciou a chegada da Lirux, para controle do diabetes tipo 2. Ambas serão as primeiras canetas para tratamento da obesidade e diabetes tipo 2 com produção 100% nacional.
De acordo com a farmacêutica, a expansão para o restante do país deve ocorrer nas próximas semanas.