Aumento de casos de doenças respiratórias afeta população idosa; comorbidades podem agravar quadros
Dados da Fiocruz mostram que influenza A é a principal causa de mortes entre idosos por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG)

Bianka Santos
Os casos de doenças respiratórias estão crescendo de forma acelerada no Brasil, atingindo principalmente a população idosa. Segundo os dados recentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a influenza A é a principal causa de mortes entre idosos por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), superando a Covid-19.
+ Surto de gripe: quais outros vírus merecem sua atenção com a chegada do frio?
Tanto a gripe quanto os vírus Sincicial Respiratório (VSR) preocupam, uma vez que eles podem causar complicações mais severas em pessoas com mais de 60 anos, especialmente aquelas com comorbidades.
De acordo com o Boletim Epidemiológico InfoGripe da Fiocruz, o Brasil registrou 24,5 mil casos de hospitalização por SRAG até o começo de maio. Dentre eles, 50% foram atribuídos ao VSR nas quatro semanas anteriores, assim como 11% dos óbitos.
+ Influenza A é responsável por 72,5% dos óbitos por síndrome respiratória, aponta Fiocruz
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, explicou que, conforme o avanço da idade, o sistema imunológico se torna menos eficaz no combate de infecções, fazendo com que os idosos sejam mais vulneráveis a quadros graves de doenças respiratórias, que afetam mais bebês e crianças normalmente.
Comorbidades
O quadro se intensifica em idosos que possuem doenças crônicas, como cardiopatias, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma, diabetes ou insuficiência renal. Essas condições preexistentes aumentam o risco de complicações severas quando há infecção por um vírus respiratório, o que pode agravar quadros cardíacos e resultar em longas internações.
+ Um em cada três municípios brasileiros ainda sofre com falta de vacinas, aponta pesquisa
O estudo da Fiocruz mostra que a taxa de letalidade por VSR entre idosos no Brasil alcançou 26% entre 2013 e 2023, sendo 20 vezes maior do que em crianças. No caso de idosos com insuficiência cardíaca, o risco de hospitalização pelo vírus pode ser 33 vezes maior do que em idosos sem essa condição.
Mesmo após a alta hospitalar, um em cada três idosos que foram internados por vírus respiratórios, como VSR ou influenza, frequentemente relatam perda de funcionalidade para realizar atividades do dia a dia, com o impacto dessas infecções na qualidade de vida e na autonomia.
+ Cresce a violência contra médicos: profissionais relatam medo e insegurança no trabalho
Com a aproximação da chegada do inverno, a vacinação torna-se uma estratégia eficaz para a proteção dos idosos.
*Com informações da Agência Brasil