Influenza A é responsável por 72,5% dos óbitos por síndrome respiratória, aponta Fiocruz
Fundação alerta para alta de mortes por gripe em crianças de até 2 anos e idosos; vacinação é a principal forma de prevenção

Vicklin Moraes
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu nesta quinta-feira (29) um alerta sobre o aumento da mortalidade por gripe causada pelo vírus influenza A entre crianças de até dois anos e idosos. Segundo o boletim do sistema InfoGripe, 72,5% das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registradas entre 18 de abril e 25 de maio foram causadas pelo vírus.
+ Surto de cólera: Sudão registra 172 mortes e mais de 2.500 casos em uma semana; entenda doença
Enquanto os casos de hospitalização por vírus sincicial respiratório (VSR), comum em crianças pequenas, apresentaram queda em estados como São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, os números de infecções por influenza A seguem elevados em estados como Mato Grosso do Sul e Pará, com tendência de crescimento.
O levantamento mostra que 22 dos 27 estados brasileiros estão em nível de alerta, risco ou alto risco para SRAG, com aumento da tendência de longo prazo. Em 2025, o país já registrou 75.257 casos da doença.
+ Brasil lidera casos de Febre Amarela em 2025 aponta OMS
Segundo a pesquisadora Tatiana Portell, da Fiocruz e do InfoGripe, a vacinação contra a gripe é a forma mais eficaz de prevenção, especialmente para os públicos mais vulneráveis. “A vacina leva cerca de 15 dias para fazer efeito. Por isso, quanto antes os grupos de risco forem imunizados, melhor”, explicou.
Segundo o Ministério da Saúde, apenas 32% das pessoas do grupo de risco se vacinaram. A entidade também recomendou que os estados e municípios liberem a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as pessoas interessadas, independente de grupo de risco. Neste mês, a Prefeitura de São Paulo ampliou a vacinação contra gripe para toda a população acima de 6 meses. Em outros estados, crianças e idosos seguem como grupos prioritários.