Sua escova de dente tem vírus? Estudo revela que há mais de 600 espécies diferentes; entenda
Comunidade viral foi encontrada em cerdas de escovas de dentes e chuveiros — e isso pode ser uma boa notícia; veja o motivo
Mais de 600 espécies de vírus moram nas escovas de dentes e nas torneiras e chuveiros dos banheiros. Essa foi a descoberta de um estudo liderado pela pesquisadora Erica Hartmann, que é microbiologista da Northwestern University.
+ Epstein-Barr: entenda vírus que pode ter motivado hematoma intracraniano em Tony Ramos
O levantamento revelou a presença de uma comunidade viral diversificada foi encontrada em banheiros nos Estados Unidos e da Europa.
+ O que é o vírus Marburg, que tem alta mortalidade e foi detectado em Ruanda
Embora os vírus sejam frequentemente associados a doenças, muitos deles são inofensivos e podem ser úteis à ciência.
“Quanto mais atacamos micróbios com desinfetantes, maior a probabilidade de desenvolverem resistência. Precisamos aceitar que a maioria dos micróbios não é prejudicial”, disse Erica Hartmann, uma das responsáveis pelo estudo, em comunicado à imprensa.
Vírus que atacam bactérias
A maioria das espécies identificadas no estudo são bacteriófagos, vírus que atacam bactérias em vez de humanos, podendo até servir para o controle de infecções bacterianas.
Além de ampliar o conhecimento sobre a microbiota doméstica, o estudo sugere que esses bacteriófagos podem ser uma alternativa para combater microrganismos nocivos em sistemas de encanamento, reduzindo a necessidade de desinfetantes químicos que podem provocar resistência bacteriana.
A presença de bacteriófagos que atacam essas micobactérias agora traz novas esperanças para o tratamento e controle desses patógenos em ambientes domésticos.
“Poderíamos imaginar pegar esses micobacteriófagos e usá-los como uma forma de limpar patógenos do seu sistema de encanamento", disse a pesquisadora.
A pesquisa abre caminho para um entendimento mais profundo sobre os vírus em nossas casas e suas possíveis aplicações benéficas. "Queremos analisar todas as funções que esses vírus podem ter e descobrir como podemos usá-las.", ressalta Hartman.