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Polícia

Engenheiro é condenado por tentar matar médico em Belo Horizonte

Vítima teve sequelas como paralisia facial, surdez no ouvido esquerdo, perda parcial do olfato e do paladar, além de problemas de visão e equilíbrio

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Rafael Bicalho foi interrogado no tribunal do júri | EM
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Em setembro de 2016, o médico Henrique Papini, hoje com 30 anos, foi agredido ao sair de uma boate, no bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte, pelo engenheiro Rafael Bicalho, de 27, e foi parar na UTI. Oito anos depois, na madrugada desta sexta-feira (28), Bicalho foi condenado a cinco anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto, sem o direito de recorrer em liberdade, por tentativa de homicídio simples privilegiado. A condenação foi sentenciada pelo Juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha, no conselho de sentença do 3º Tribunal do Júri.

Ao Estado de Minas/SBT, Henrique Papini contou que tinha medo de Bicalho ser inocentado, mas, “graças a Deus, ele não saiu impune”. “Ele vai carregar para o resto da vida que tentou me matar, está provado”, relatou o médico, horas depois da condenação.

Mesmo com o alívio, Papini e a defesa não estão satisfeitos. Segundo ele, apesar da condenação, “o reconhecimento do privilégio e não aplicação das qualificadoras foi uma decisão que se afasta da verdade do ocorrido e, por isso, a acusação interpôs recurso”.

“As sequelas permanentes deixadas por ele também fazem as pessoas terem a noção da gravidade e de imaginar que a intenção não era só uma lesão", contou a vítima. O médico, que ainda era estudante quando foi agredido, sofreu hemorragia cerebral, fratura nos ossos da face e traumatismo craniano, resultando em sequelas graves. Ele tem paralisia facial, surdez no ouvido esquerdo, perda parcial do olfato e do paladar, além de problemas de visão e equilíbrio.

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Júri

Conforme denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, Rafael e três amigos tentaram matar Henrique com sucessivos socos e chutes, “não se consumando o intento criminoso por circunstâncias alheias às vontades dos acusados”. Ao longo do processo, os amigos foram sendo retirados da acusação, restando apenas o engenheiro.

No júri, Henrique Papini relatou que já havia sofrido abordagens agressivas por Rafael e de amigos dele por, na época, estar saindo com a ex-namorada do réu.

No dia do crime, na boate, a vítima relatou que foi perseguida e agredida por um grupo de amigos do réu e pelo próprio Rafael. Devido às agressões, ele ficou inconsciente, foi hospitalizado e teve diversas complicações

Defesa

Em sua defesa, Rafael Bicalho afirmou que se aproximou da vítima na rua para acertar sobre a situação com a, até então, sua namorada, logo após a festa. Segundo ele, iniciou-se uma discussão seguida de agressões. De acordo com o réu, ninguém o impediu de agredir a vítima, mas percebeu que a briga tinha passado dos limites e parou. Em depoimento, Bicalho também afirmou que se surpreendeu com a gravidade do estado físico de Henrique após as agressões.

O réu ainda contou que, no final de semana anterior à festa da boate, havia descoberto uma traição de sua então namorada com a vítima. Durante o interrogatório, contou que os viu juntos, dentro do carro da sua ex-namorada, o que motivou o término do relacionamento e também o desentendimento quando viu a vítima na saída da festa.

Após o julgamento, Rafael Bicalho saiu algemado do tribunal. O Ministério Público interpôs recurso, assim como a defesa de Bicalho. “É algo que vai desenrolar por um tempo, mas vamos seguir tentando aumentar a pena dele em regime fechado”.

O advogado de Rafael Bicalho, Zanone Júnior, também recorreu da decisão. “Os jurados afastaram a futilidade, a crueldade, reconheceram que meu cliente agiu sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação do Papini, consistente em provocá-lo. Também o relevante valor moral pela questão envolvendo a namorada. A indenização traria um determinado resultado, mas acabou impactando o conselho de sentença”, declarou.

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