Vice-prefeito de Lauro de Freitas é preso em operação da Polícia Federal
Operação Overclean mira esquema de corrupção que movimentou R$ 1,4 bilhão envolvendo propinas entre agentes públicos e empresários
com informações da AratuOn
A Polícia Federal realiza a segunda fase da Operação Overclean na manhã desta segunda-feira (23), em Salvador e Lauro de Freitas, Região Metropolitana da capital baiana. A operação visa desarticular um esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propinas entre agentes públicos e empresários. O grupo, acusado de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro, teria movimentado R$ 1,4 bilhão.
Um dos alvos da operação é o vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro (Republicanos). De acordo com PF, nesta segunda fase estão sendo cumpridos 4 mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão. Os agentes também cumprem ordem de afastamento cautelar de um servidor público que seria o operador do esquema.
Foi determinado ainda o sequestro de aproximadamente R$ 4,7 milhões e diversos veículos de luxo, que teriam sido obtidos pela atividade criminosa.
O grupo contava, segundo as investigações, com apoio informacional de policiais, que repassavam informações sensíveis à organização criminosa, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas.
Primeira fase da Overclean
A Polícia Federal realizou em 10 de dezembro a primeira fase da operação contra organização criminosa suspeita de fraudar licitações, utilizando recursos de emendas parlamentares e convênios. Nela foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, além de 43 mandados de busca e apreensão, nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Na primeira fase da Overclean, foram apreendidos mais de R$ 162 milhões, além de imóveis de alto padrão, aeronaves, barcos e veículos de luxo. Também foram afastados oito servidores públicos envolvidos no esquema criminoso.
A investigação revelou que o grupo direcionava recursos públicos, provenientes de emendas parlamentares para empresas e pessoas ligadas a administrações municipais, como servidores. O esquema incluía superfaturamento de obras e desvios de recursos, com destaque para o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente em sua sede na Bahia. As fraudes envolviam ainda a prática de corrupção ativa e passiva, peculato e fraude em licitações.
Segundo a Receita Federal, a lavagem de dinheiro era realizada de forma complexa e sofisticada, por meio de empresas de fachada e laranjas. Esses recursos ilícitos eram movimentados, muitas vezes, por empresas que operavam com grande volume de dinheiro em espécie, dificultando a identificação da origem dos valores. A operação contou com a cooperação da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (HSI).
As penas para os envolvidos nos crimes apurados podem ultrapassar os 50 anos de reclusão, além de multas.