"Todos que estão ao redor dele têm me falado", diz Nunes sobre apoio de Bolsonaro nas eleições

O prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), disse em entrevista exclusiva para o SBT News que deseja o apoio de Jair Bolsonaro (PL) e que já foi informado de que isso acontecerá, mas que nunca ouviu a confirmação do próprio ex-presidente.

"Ele vai me apoiar, é muito importante. Trabalhei bastante para poder ter esse apoio do presidente Bolsonaro", declarou Nunes. "Eu não ouvi da boca dele ele dizer isso, mas todos que estão ao redor dele têm me falado. Tenho acompanhado e creio que isso vai acontecer", completou.

A jornalista Simone Queiroz conduziu a entrevista. Nunes é o terceiro pré-candidato à Prefeitura da capital paulista a participar de uma série de entrevistas ao SBT News. Já foram entrevistados os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Kim Kataguiri (União Brasil).

Segundo ele, Bolsonaro será muito importante na campanha para juntar os campos políticos opostos ao que ele chamou de "extrema-esquerda". O deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL, aparece nas pesquisas de intenção de voto como o principal adversário na corrida à Prefeitura e terá o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É muito importante ter a união do centro, que é o meu campo, com a direita, para a gente poder vencer a extrema-esquerda, ainda mais quando é um candidato tão agressivo, que invade, que quebra", disse.

Ao criticar o psolista, que foi líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) por 20 anos, Nunes declarou que "o DNA dele é de invasão" e fez uma comparação entre os perfis dos dois:

"Ele [Guilherme Boulos] é a favor da desmilitarização, eu valorizei a GCM, dei 74% de aumento para o GCM Inicial. Ele é a favor de liberação de drogas, eu sou contra. Ele é a favor da saidinha, eu sou contra a saidinha. São perfis muito diferentes", afirmou o prefeito.

Marta Suplicy e possível vice

Ao ser questionado sobre a ida de Marta Suplicy, que atuou por três anos em seu governo, para o PT – a ex-prefeita da capital paulista aceitou ser a vice na chapa de Guilherme Boulos – Nunes disse que o que ela fez "não foi correto".

O emedebista evitou criticar Marta, dizendo que "quem vai governar é o candidato". Nunes assumiu o cargo após a morte de Bruno Covas (PSDB).

Sobre seu "vice dos sonhos", Nunes disse querer em sua chapa alguém que conheça e seja apaixonado por São Paulo e que tenha "capacidade de unir" os partidos da frente ampla construída por ele. Entre os citados estão Aldo Rebelo (que se filiou ao MDB e assumiu a Secretaria Municipal de Relações Internacionais após a saída de Marta), o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), a vereadora Sonaira Fernandes (PL), a delegada Raquel Gallinati (PL) e o coronel Mello Araújo (PL) – uma sugestão do PL e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Fico feliz que tem muitos nomes que querem ser meu vice, porque o meu caso é diferente do meu concorrente, que de uma forma muito democrática uma única pessoa fala assim 'ó, a vice vai ser essa. Ponto!'. Bem democrático, né?", provocou.