"Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela", diz Lula após post de Trump sobre Bolsonaro
Mandatário afirma que "ninguém está acima da lei"; mais cedo, chefe de Estado dos EUA escreveu que ex-presidente é alvo de perseguição política

Felipe Moraes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7) que o Brasil é um "país soberano" que não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja". O chefe do Executivo também disse que "ninguém está acima da lei, sobretudo os que atentam contra a liberdade e o estado de direito". Publicação do mandatário nas redes sociais ocorreu depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defender Jair Bolsonaro (PL), declarando que ex-presidente sofre perseguição política e é alvo de "caça às bruxas".
"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito", disse Lula no X (ex-Twitter), sem citar diretamente postagem de Trump.
Bolsonaro é réu na ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura tentativa de golpe de Estado no país após as eleições de 2022. Vale lembrar que o ex-chefe do Executivo segue inelegível até 2030.
Mais cedo, o presidente dos EUA disse que "único julgamento que deveria estar acontecendo é pelos eleitores do Brasil – é chamado de eleição". Também pediu que Bolsonaro seja deixado "em paz" e acrescentou que vai acompanhar "muito de perto" o que vem acontecendo contra ex-presidente, familiares e apoiadores.
+ Gleisi diz que Trump está "equivocado" em pensar que pode interferir no judiciário brasileiro
Logo após postagem de Trump, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, reagiu nas redes sociais, declarando que o presidente dos EUA "está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro".
"O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil", escreveu.