Rubens Oliveira nega ser sócio do “Careca do INSS” em depoimento à CPMI
Administrador financeiro diz que apenas prestava serviços a empresas de Antônio Camilo e nega participação em fraudes

Victória Melo
O administrador financeiro Rubens Oliveira Costa negou, nesta segunda-feira (22), ter atuado como sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". Apontado em relatórios como ligado a algumas das empresas investigadas, ele afirmou que apenas prestava serviços administrativos e que recebia salário.
“Jamais fui sócio de qualquer empresa ligada ao sr. Antônio. Atuei em apenas quatro de suas empresas, no papel de administrador financeiro, e nada além disso”, declarou durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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Rubens disse não saber por que é investigado, mas atribuiu as suspeitas ao fato de ter constado nos estatutos sociais como administrador. Ele declarou que deixou o cargo no início de 2024, antes de saber da existência dos inquéritos.
O ex-funcionário disse não ter patrimônio, veículos ou imóveis e que vive apenas de uma poupança de R$ 300 mil, bloqueada pela Justiça. Relatou dificuldades financeiras para pagar aluguel e financiamento de carro. Também disse contar com ajuda de familiares e amigos para se manter.
“Desde o início das investigações, tenho me apresentado à Justiça e permanecido à disposição. Jamais ordenei, operei ou participei conscientemente do pagamento de qualquer propina”, afirmou.
Rubens também declarou que não mantém contato com Antônio Camilo desde antes da abertura dos inquéritos e colocou seu passaporte à disposição da CPMI como demonstração de boa-fé. Apesar disso, seguiu orientação dos advogados e, com respaldo de habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), reservou-se ao direito de permanecer calado em perguntas que pudessem gerar autoincriminação.
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