Liberdade de expressão despenca no mundo e atinge pior nível em décadas, alerta ONU
Unesco aponta medo, autocensura e controle da imprensa


Beto Lima
A liberdade de expressão no mundo chegou ao nível mais baixo das últimas décadas, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O estudo indica queda de 10% em relação a 2012 e analisa o período de 2022 a 2025.
De acordo com a Unesco, houve aumento de 63% na autocensura entre jornalistas, associado ao maior controle dos meios de comunicação por governos e grupos poderosos, além do avanço da vigilância digital e de leis restritivas. O relatório também aponta redução de 37% na liberdade acadêmica e artística.
Entre janeiro de 2022 e setembro de 2025, 310 jornalistas foram mortos no mundo, sendo 162 em áreas de conflito. A taxa de impunidade caiu para 85% em 2024, mas a maioria dos casos segue sem punição. Desde 2018, mais de 900 profissionais da imprensa foram forçados a deixar seus países na América Latina e no Caribe.
O documento registra ainda crescimento do assédio online, que atinge principalmente mulheres, e destaca que repórteres ambientais estão entre os mais expostos a ataques.
Apesar do cenário, a Unesco aponta tendências positivas, como a ampliação do acesso às redes sociais, o fortalecimento do jornalismo investigativo colaborativo, da checagem de fatos e o reconhecimento legal dos meios de comunicação comunitários.








