Religião é "manipulada" de forma "vil e baixa" na política, diz Lula em reunião ministerial
Presidente afirmou que fé deve ser exercitada na "mais plena liberdade" e não "instrumentalizada"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o uso da religião como instrumento político durante reunião ministerial nesta segunda-feira (18), no Palácio do Planalto.
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Lula é alvo constante de lideranças religiosas e apontado como alguém contrário a religiões cristãs por adversários políticos. Um dos motivos apontados para a queda na popularidade do presidente nas últimas pesquisas foi a comparação dos ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, o que impactou sobretudo a avaliação dos evangélicos.
O chefe do Executivo falava sobre democracia quando tocou no tema religião, ao dizer que a liberdade religiosa das pessoas é interferida por grupos políticos que instrumentalizam a fé alheia de forma "vil e baixa".
"Um país em que a religião não seja instrumentalizada como instrumento político de um partido político ou governo... Precisamos ser um país em que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que querem exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo feito neste país", disse Lula.
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Segundo o presidente, a democracia vai além de direitos da liberdade de expressão e deve observar a dignidade da população. Ele ainda firmou um compromisso de melhorar a vida das pessoas até o final do mandato.
"A democracia significa que as pessoas não querem apenas falar da liberdade. Eles querem falar de trabalho, de salário, de lazer, cultura e querem falar das coisas que dizem respeito ao dia a dia deles", disse.
"Tenho certeza que quando a gente chegar ao final do nosso mandato, este país será mais democrático. O povo estará vivendo melhor, comendo melhor, estudando melhor, vivendo muito mais dignamente", acrescentou.