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Lula chama Bolsonaro de "covardão" e diz que Brasil correu "sério risco" de golpe

Em discurso durante reunião ministerial, presidente citou investigações sobre suposta trama golpista articulada após as eleições de 2022

Lula chama Bolsonaro de "covardão" e diz que Brasil correu "sério risco" de golpe
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil correu "sério risco" de levar um golpe de Estado a mando do antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem o petista chamou de "covardão" que "não teve coragem de fazer aquilo que planejou". A declaração foi feita durante reunião ministerial no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira (18).

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"Hoje, a gente tem a clareza, por depoimentos de quem fez parte do governo dele [Bolsonaro], de gente que estava no comando das Forças Armadas, de gente que foi convidada pelo presidente [Bolsonaro] para fazer um golpe. Três meses atrás, quando a gente falava de golpe, parecia apenas insinuação, mas hoje temos certeza de que este país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022", disse.

Segundo o presidente da República, não foram apenas as negativas de integrantes das Forças Armadas que impediram o golpe. Segundo Lula, Bolsonaro foi "covarde" e "fugiu" do país antes do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas e invadidas, em Brasília.

"E não teve golpe não só porque algumas pessoas no comando das Forças Armadas não toparam fazer golpe, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão. Ele não teve coragem de fazer aquilo que planejou, ficou dentro de casa no Palácio [da Alvorada] chorando quase um mês e preferiu fugir para os Estados Unidos", disse.

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"Ele tinha expectativa de que, fora do país, o golpe poderia acontecer porque eles financiavam as pessoas nas portas dos quartéis para estimular o golpe. Como não deu certo, eles dizem que nós ferimos a democracia, que eles são inocentes, que foram apenas discussões e que não teve nada de concreto", concluiu Lula.

Reunião ministerial

O presidente Lula e ministros se encontraram para fazer um balanço do primeiro ano de governo e debater as principais diretrizes para 2024.

Lula fez diversas críticas ao governo anterior e definiu como "escombros" o estado em que os ministros da sua gestão receberam as pastas.

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Em discurso aberto à imprensa, Lula fez elogios ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre acordos internacionais costurados no agronegócio.

O presidente também demonstrou incômodo com a queda na popularidade do governo, e pediu ao ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, para o governo melhorar a divulgação de boas ações da gestão.

Em relação ao início do governo, em 2023, quatro ministros não estão mais na composição da Esplanada. "O general Gonçalves Dias [Gabinete de Segurança Institucional] por conta das questões do 8 de janeiro, a Daniela Carneiro [Turismo] porque vai trocar de partido, a Ana Moser [Esporte] para fazer ajustes políticos e o Flávio Dino [Justiça] que foi promovido", explicou o presidente, citando quem já deixou o governo.

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