Publicidade

PSOL lança candidatura de pastor Henrique Vieira à presidência da Câmara

Segundo o deputado, não há "condição política" para o partido apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB), que conta com o apoio de Arthur Lira (PP-AL) e de 17 siglas

PSOL lança candidatura de pastor Henrique Vieira à presidência da Câmara
Henrique Vieira salientou que salientou que, em uma eventual gestão como presidente da Câmara, vai pautar a regulamentação das plataformas digitais e atuar pela aprovação do fim da escala 6x1 | Guilherme Resck/SBT News
Publicidade

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) oficializou nesta terça-feira (26) a candidatura do pastor Henrique Vieira (RJ) para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados. A eleição ocorrerá em fevereiro de 2025.

+ Carta de CEO do Carrefour é "muito fraca" para o "estrago de imagem" produzido, diz Lira

No momento, além dele, o único nome na disputa é o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB). A candidatura de Motta tem o apoio de Lira e de 17 partidos, incluindo o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Somadas, as 17 siglas possuem mais de 480 deputados federais. Para um candidato ser eleito presidente da Câmara em primeiro turno, são necessários 257 votos.

Henrique Vieira afirmou nesta terça que não há "condição política" para o PSOL apoiar Motta, apesar de o partido respeitar a legitimidade da candidatura dele. "Alguém que é indicado por Arthur Lira e aliado histórico de Eduardo Cunha é uma impossibilidade completa para nós", declarou o novo candidato.

Segundo ele, a candidatura do PSOL defende "de forma contundente" que não pode haver anistia para quem tentou um golpe de Estado após as eleições de 2022. Henrique Vieira relembrou que participou, no ano passado, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

+ Polícia Federal indicia Marcel Van Hattem por calúnia e difamação em discurso na Câmara

"Investigação profunda, provas consistentes, foi por pouco que não tivemos a concretização de um golpe. Se esse tivesse sido concretizado, nós teríamos neste país tortura, desaparecimento forçado, prisões sumárias, execuções, censura, cassação de mandatos e suspensão do calendário eleitoral", disse o parlamentar.

Após as eleições de 2022, segundo ele, "houve tentativa de golpe de Estado, abolição violenta com grave ameaça do Estado Democrático de Direito, por meio da constituição de uma organização criminosa, ligada a Jair Bolsonaro".

Segundo o candidato do PSOL, a sigla "estranha" que Arthur Lira e Motta não se pronunciam "sobre o imediato arquivamento de qualquer tentativa de anistia para golpistas neste país". "Esse é o ponto absolutamente fundamental da nossa candidatura", acrescentou.

No mês passado, Lira enviou para uma comissão especial um projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Henrique Vieira sugeriu, nesta terça, que o presidente da Câmara e seu candidato fazem "jogo político em cima de arquivar ou não" o texto.

Outras características da candidatura

Henrique Vieira ressaltou que a candidatura do PSOL "não normaliza violência política de gênero e de raça" e que, se for eleito presidente, zelará "pelo bom debate de ideias". Segundo o deputado, na democracia cabe centro, esquerda e direita, mas a extrema-direita não pode ser normalizada como força política legítima.

"O que é crime tem que ser tratado como crime. A extrema-direita é estruturalmente antidemocrática", declarou. Ele salientou também que, em uma eventual gestão como presidente da Casa, vai pautar a regulamentação das plataformas digitais e trabalhar pela aprovação do fim da jornada de seis dias de trabalho por um dia de descanso.

Entre os pontos que justificam uma candidatura própria do PSOL, disse, estão também a necessidade de aprimorar a transparência das emendas parlamentares e dar previsibilidade para a pauta da Câmara.

+ CPI das Bets aprova 27 requerimentos, convocação de cantor e convite a influencer

Atualmente, de acordo com o deputado, há um "sequestro do Orçamento do Poder Executivo pela imoralidade do valor exorbitante das emendas parlamentares". "Sabe quando começa isso? Começa com a assinatura do senhor Eduardo Cunha, e vem se desenvolvendo até Arthur Lira. [São] R$ 50 bilhões por ano. Parte disso sem transparência, rastreabilidade e controle social", acrescentou.

De acordo com o Henrique Vieira, "isso tem ferido de morte a capacidade de qualquer governo de planejar política pública, olhar para o conjunto da população e identificar demandas e aplicar recursos". Ele destacou que o PSOL defende uma modalidade de emenda com isonomia, valor fixado, transparência, rastreabilidade e controle social.

O deputado também criticou a falta de previsibilidade da pauta sob a gestão Lira. "Nós nem sabemos o que vai ser votado hoje. Não há previsibilidade nenhuma, é decidido em algum lugar, muitas vezes sequer no Colégio de Líderes", disse.

Em 3 de fevereiro de 2025, após o novo presidente da Câmara ser eleito, serão apurados os votos dos demais integrantes da Mesa Diretora, na seguinte ordem: dois vice-presidentes; quatro secretários e quatro suplentes.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Política
Congresso Nacional
Câmara

Últimas notícias

Em provas obtidas pela PF, militar diz que Marinha tinha tanques prontos para o golpe

Em provas obtidas pela PF, militar diz que Marinha tinha tanques prontos para o golpe

Ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos é um dos 37 indiciados por suposto plano golpista
PF vê conexão entre atentado suicida em Brasília e tentativa de golpe de Estado

PF vê conexão entre atentado suicida em Brasília e tentativa de golpe de Estado

Relatório diz que ataques à democracia propiciaram ações violentas em dezembro de 2022, 8 de janeiro de 2023 e em 13 de novembro de 2024
Relatório da PF detalha esquema de fuga de Bolsonaro para fora do país

Relatório da PF detalha esquema de fuga de Bolsonaro para fora do país

Plano seria colocado em prática em caso de suposta intervenção do Supremo no Executivo ou cassação da chapa
Sophie Charlotte e Porchat são hackeados no Instagram: saiba como proteger ou recuperar sua conta

Sophie Charlotte e Porchat são hackeados no Instagram: saiba como proteger ou recuperar sua conta

Recuperação pode ser feita via aplicativo, e-mail ou suporte do aplicativo
Justiça aceita denúncia e policiais militares viram réus por mortes em Operação Verão, na Baixada Santista

Justiça aceita denúncia e policiais militares viram réus por mortes em Operação Verão, na Baixada Santista

Durante a ação, entre dezembro de 2023 e abril de 2024, 56 civis e dois policiais morreram em confrontos
“Traidores da pátria” e “comunistas”: veja como Braga Netto atacou comandantes para que eles aderissem ao golpe

“Traidores da pátria” e “comunistas”: veja como Braga Netto atacou comandantes para que eles aderissem ao golpe

Relatório da PF mostra como general da reserva e vice na chapa de Bolsonaro pressionou chefes do Exército e da Aeronáutica
Após falas racistas, Ana Paula Minerato pede desculpa e diz que vivia relacionamento tóxico: "Fui manipulada"

Após falas racistas, Ana Paula Minerato pede desculpa e diz que vivia relacionamento tóxico: "Fui manipulada"

Áudios racistas atribuídos a modelo ofendem Ananda, do grupo Melanina Carioca, que estaria em romance com KT Gomez, ex de Minerato. Caso é investigado
Israel aprova acordo de cessar-fogo com Hezbollah no Líbano

Israel aprova acordo de cessar-fogo com Hezbollah no Líbano

Proposta patrocinada pelos Estados Unidos e França passa a valer a partir de quarta-feira (27); Joe Biden celebrou a trégua em pronunciamento
Governo de SP recupera R$ 10 milhões do crime organizado e aplicará em segurança pública

Governo de SP recupera R$ 10 milhões do crime organizado e aplicará em segurança pública

Projeto "Recupera-SP" resgatou recursos de lavagem de dinheiro e jogos de azar após investigado renunciar aos bens em troca de pena reduzida
Bolsonaro liderou, atuou e planejou atos para golpe de Estado, diz relatório da Polícia Federal

Bolsonaro liderou, atuou e planejou atos para golpe de Estado, diz relatório da Polícia Federal

Ex-presidente "teve domínio de forma direta e efetiva" do plano golpista, afirmam investigadores no documento
Publicidade
Publicidade