Programa para renegociar dívidas de estados é aprovado no Senado e avança no Congresso
Senadores aprovaram criação de programa para conter débitos com a União. Valores ultrapassam os R$ 765 bilhões
Proposta para renegociar as dívidas de estados com a União avançou no Congresso nesta quarta-feira (14). O texto estabelece formas de parcelamento dos débitos e compensação de valores por meio da transferência de ativos. As contas atualmente somam mais de R$ 765 bilhões.
+ Ministros defendem Moraes e bolsonaristas no Congresso falam em impeachment
O projeto foi apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e avançou no plenário da Casa por um placar de 70 votos favoráveis 2 contrários. O texto agora segue para análise da Câmara.
O texto cria o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que dá um novo prazo para pagamento da dívida de estados. A renegociação seguirá alguns critérios: em um limite máximo de 30 anos e em até 260 parcelas.
As parcelas serão calculadas de acordo com a tabela price e corrigidas mensalmente, para garantir a quitação da dívida no prazo, e terão valor mínimo de R$ 10 milhões. Estados também poderão antecipar parcelas, na chamada amortização de valores.
A proposta também coloca a participação no programa como não obrigatória. Cada unidade da federação que desejar aderir ao Propag deverá confirmar a participação em 120 dias após a publicação da lei - que ainda depende da Câmara e de sanção do presidente Lula (PT) para começar a valer.
O projeto ainda estabelece que parte das dívidas poderá ser abatida com o uso de ativos dos estados - imóveis ou investimentos que sejam compatíveis com a União poderão ser transferidos, para conceder um desconto aos estados.
Mudanças em juros
A proposta aprovada também altera a previsão em juros. A taxa em parcelas seguirá o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com acréscimo de 4% ao ano. A taxa também será reduzida de acordo com proporções de pagamento das dívidas: o IPCA somado de uma redução de 3% após pagamento de 10% da dívida e, ao atingir os 20%, o valor passa para o IPCA acrescido de 2% ao ano.
Atualmente, as dívidas são corrigidas pela inflação somada 4% ao ano, ou pela taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,5%. O valor indicado é o que for menor entre as duas opções.