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Política

Prestes a deixar presidência do STF, Barroso mantém mistério sobre aposentadoria antecipada

Ministro de 67 anos pode permanecer na Corte até os 75, mas há especulações sobre um desejo de deixar o cargo antes do prazo limite

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Luís Roberto Barroso | Valter Campanato/Agência Brasil
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, declarou nesta sexta (26) não ter dito "nem que pretende e nem que não pretende" deixar o Tribunal antes de completar 75 anos - idade limite para se manter no cargo de ministro. Há meses, circulam especulações nos bastidores do Supremo sobre uma aposentadoria antecipada de Barroso.

No mês passado, durante uma serie de eventos em Cuiabá, capital de Mato Grosso, o atual presidente da Corte declarou que não iria deixar o Tribunal: "Não vou me aposentar, não. Estou feliz da vida.". Porém, em conversa com jornalistas nesta sexta, o ministro negou ter definido o que faria em relação ao assunto.

Esta semana, Barroso deixa a presidência do STF após dois anos de gestão. Na próxima segunda (29), tomará posse como presidente da corte o ministro Luiz Edson Fachin - atual vice.

O ministro Alexandre de Moraes ocupará o posto deixado por Fachin e se tornará o novo vice-presidente do Tribunal. A mudança segue uma tradição institucional, pautada pelos critérios de alternância e antiguidade, em que os cargos são ocupados pelos ministros que, até então, nunca os exerceram. O objetivo é manter a rotatividade e a impessoalidade na sucessão.

Em conversas de corredor, integrantes do STF comentam que a ideia de aposentadoria é ventilada há meses pelo ministro, porém, não seria logo após o fim da presidência. A despedida antecipada aconteceria em 2026.

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Balanço

O ministro admitiu que gostaria de ter deixado a presidência da Suprema Corte com o "país mais pacificado".

"O país ainda tem muitos núcleos raivosos que eu acho uma coisa ruim. Eu gostaria de ter sido a pessoa que pudesse ter feito um resgate maior da civilização no país, o que é perfeitamente possível. Eu convivo aqui com o ministro André Mendonça. Eu e ele temos visões muito diferentes sobre muitas coisas nessa vida. Mas eu quero muito bem a ele, o admiro e nós somos amigos. Ou seja, é perfeitamente possível na vida você conviver respeitosamente com pessoas que você percebe diferente", expôs.

Para Barroso, os julgamentos ligados à tentativa de golpe de Estado prejudicaram este objetivo.

"Os julgamentos do 8 de janeiro, o volume que foi -- o que demorou -- e o julgamento do golpe, dificultaram muito criar esse ambiente de total pacificação, porque quem teme se ser preso, está querendo briga e não pacificação. Então, eu diria que a minha única frustração foi não ter conseguido fazer a pacificação", lamentou.

Questionado se o ambiente de tensão popular em torno dos julgamentos da trama golpista poderia afetar as eleições de 2026, Barroso minimizou.

"Eu acho que a parte mais impactante sobre a eleição é o julgamento que já está quase terminado, que era o do núcleo crucial [núcleo do ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados]. Eu acho que a partir daí, a questão vai ser decrescente em termos de importância política. Porque aí vão aparecer os nomes que vão ser candidatos, o foco vai mudar um pouco", disse.

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