Barroso afirma que Lula está otimista para reunião com Trump
Presidente do STF se encontrou com Lula nesta quinta (25) durante evento no Tribunal Superior do Trabalho

Paola Cuenca
Em café com jornalistas nesta sexta (26), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está otimista sobre o encontro a ser realizado entre o petista e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula e Barroso se encontraram nesta quinta (25) em um evento no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e conversaram brevemente sobre o assunto.
"O presidente me pareceu otimista. Otimista e cauteloso, mas pareceu otimista. Acho que talvez se tenha aberto uma janela de negociação", afirmou o ministro.
Barroso negou ter discutido com Lula se as sanções aplicadas contra os integrantes do STF seriam debatidas no diálogo com Trump, mas ressaltou que "o presidente Lula tem sido muito leal ao Supremo durante todo esse tempo, de modo que eu acho que ele discutiria tanto tarifas, quanto sanções".
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Resolução pacífica
O presidente do STF voltou a dizer que acredita em uma resolução pacífica para a tensão entre os dois países. Além do tarifaço, nas últimas semanas, o governo estadunidense tem aplicado rodadas de sanções a autoridades brasileiras e seus familiares.
Nesta segunda (22), a esposa do ministro Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, também foi incluída na lista de penalizados pela Lei Magnitsky e diversas autoridades tiveram vistos revogados, a exemplo do Advogado-Geral da União, Jorge Messias.
Apesar de acreditar que Lula trate das restrições impostas a integrantes do STF na reunião com Trump, Barroso afirmou que o próprio Supremo não deve atuar ativamente sobre a situação neste momento.
"A ideia prevalecente aqui [no Tribunal] é esperar acabar o julgamento [do núcleo 1] para pensar em qualquer eventual medida, seja política, seja até mesmo judicial. Portanto, em vista da nossa situação pessoal, acho que nada foi feito até aqui", acrescentou.
Para o ministro, o combate atual é sobre a narrativa em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Barroso citou as entrevistas fornecidas a veículos de imprensa estadunidenses como parte desta tentativa de esclarecer o processo judicial.
"A minha impressão é que prevaleceu para as autoridades americanas a narrativa dos que perderam, dos que tentaram um golpe e não conseguiram. E eu acho que a verdade dos fatos vem antes da ideologia. Portanto, não tem problema que o governo americano seja conservador e tenha diferenças com o governo brasileiro. Isso faz parte da vida da geopolítica internacional. Mas, o tipo de sanções que foram aplicadas, eu acho claramente que elas decorrem de uma incompreensão do que aconteceu no Brasil. E portanto, eu acho que há um esforço para desfazer", ponderou.
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