Presidente da Câmara pede ação do Itamaraty após deputada ser retida por Israel
Luizianne Lins (PT) está entre passageiros de flotilha que tentava chegar à Faixa de Gaza; embarcação foi capturada por militares

Camila Stucaluc
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que pediu apoio ao Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) para oferecer proteção consular à deputada Luizianne Lins (PT-CE). Ela estava em uma flotilha rumo à Faixa de Gaza – palco da guerra entre Hamas e Israel –, que foi capturada pelo exército israelense na quarta-feira (1º).
Segundo Motta, Luzianne havia pedido, na última semana, a renovação de uma licença para seguir na missão humanitária no enclave palestino. Ele disse ter ficado surpreso com a captura da flotilha, que foi informada pelo deputado Domingos Neto (PT-CE) durante a votação da isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com renda mensal de até R$5 mil.
“Luizianne Lins, juntamente com outros passageiros e tripulantes da Flotilha Global Sumud, foi apreendida pela Marinha de Israel. Em contato com o Ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, solicitei o apoio do Itamaraty para que a parlamentar e os demais brasileiros capturados recebam a devida proteção consular”, disse Motta.
Ao todo, duas embarcações que participavam da flotilha (conjunto organizado de navios que viajam em coordenação) foram capturadas por Israel. Nelas, além de Luizianne, estavam seis ativistas brasileiros:
- Bruno Sperb Rocha;
- Lisiane Penca Severo;
- Magno de Carvalho Costa;
- Mariana Conti Takahashi;
- Thiago Ávila;
- Gabriela Tolotti.
A chamada Flotilha Global Sumud reúne mais de 40 barcos civis, transportando cerca de 500 pessoas, entre parlamentares, advogados e ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg – também retida por Israel. O grupo afirma que a missão tem caráter exclusivamente humanitário e busca romper o bloqueio israelense em Gaza, levando insumos básicos à região.
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Na noite de quarta-feira (1º), a assessoria de Luizianne denunciou a captura das embarcações, dizendo que a ação é ilegal e autoritária. “As forças armadas de Israel sequestraram Luizianne Lins, juntamente com demais participantes da missão humanitária que levava alimentos e medicamentos à população de Gaza. A missão foi violentamente interrompida em mais um ato de violação do direito internacional”, disse.
O que diz o Itamaraty?
Em comunicado, o Itamaraty classificou como “deplorável” a intercepção da flotilha, afirmando que a ação do exército de Israel viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. A pasta informou que está em contato permanente com as autoridades israelenses, “de modo a prestar assistência consular cabível aos nacionais”.