PGR e advogado dispensam governador Ibaneis Rocha de depor em ação do golpe no STF
STF ouvirá primeiro as testemunhas de acusação indicadas pela PGR; depois, prestam depoimento testemunhas do colaborador, Mauro Cid, e dos oito réus

Ellen Travassos
Paola Cuenca
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, informou nesta segunda-feira (19) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) desistiu de ouvir o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), como testemunha de acusação no inquérito que investiga supostos atos golpistas. O magistrado destacou, porém, que o governador havia solicitado prestar depoimento ainda nesta segunda-feira (19), às 15h.
Moraes consultou o advogado Eumar Novacki, que defende o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, sobre a necessidade de ouvir Ibaneis. Novacki respondeu que, diante da desistência do Ministério Público, a defesa também optou por dispensar o testemunho do governador.
"Como o Ministério Público dispensou o depoimento do governador Ibaneis, a defesa também está dispensando esta testemunha. Vamos providenciar depois a substituição", afirmou Novacki.
A defesa de Torres ainda deve indicar outra testemunha no lugar do governador. O caso está relacionado às investigações sobre supostas ações antidemocráticas após as eleições de 2022.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (19) às audiências para ouvir as testemunhas, tanto de acusação quanto de defesa, na ação penal movida contra os supostos autores intelectuais da trama golpista. O chamado "núcleo 1" é composto por oito réus, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está acompanhando por videoconferência.
São réus na mesma ação penal, além de Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que fechou delação premiada; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto.