Pelo menos 15 militares atuaram em tentativa de manter Bolsonaro no poder, segundo a PF
Um deles é o general Mário Fernandes, assessor do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro
Pelo menos 15 militares atuaram no planejamento de uma ação para manter Jair Bolsonaro na Presidência. A informação foi apurada durante as investigações feitas pela Polícia Federal.
+ Acuado pela PF, Bolsonaro busca militância para demonstrar força política
O general Mário Fernandes, que foi chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, participou da reunião de 5 de julho de 2022, quando Jair Bolsonaro defendeu um plano para permanecer no poder. Fernandes está na lista de investigados e chegou a dizer, na reunião, que era melhor assumir um pequeno risco de conturbar o país.
"Tem que ser antes, tem que acontecer antes, como nós queremos, dentro de um estado de normalidade, mas é muito melhor assumir um pequeno risco e conturbar o país, pensando assim, para que aconteça antes, do que assumir um risco muito maior da conturbação no 'day after'.", disse, na ocasião
Em nota, os clubes que representam servidores que foram da Aeronáutica, Marinha e Exército saíram em defesa dos militares acusados de envolvimento no plano de golpe. No comunicado, eles disseram que observam com apreensão a exposição de distintos chefes militares, associados a atos que supostamente atentaram contra o Estado democrático de direito.
Após deixar o cargo no Planalto, o general Mário Fernandes se tornou assessor do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro.
Fernandes está na lista dos sete servidores públicos suspensos das funções públicas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que conduz os inquéritos sobre os atos de 8 de janeiro.
No meio da semana, o Exército confirmou a exoneração dos tenentes coronéis Guilherme Marques Almeida e Hélio Ferreira Lima, que estavam no comando de batalhões. Como o cargo de Mario na Câmara dos Deputados é de confiança, o militar deve continuar na assessoria de Pazuello.