Lixo gerado após enchentes vira problema de saúde pública no Rio Grande do Sul
Famílias estão indo até lixões para procurar itens recicláveis
O descarte do lixo gerado após as enchentes no Rio Grande do Sul virou problema de saúde pública. Famílias estão indo até os lixões para procurar itens recicláveis.
Uma montanha de lixo com um quilômetro de comprimento e quase seis metros de altura corta o verde de um parque municipal em Canoas, na Grande Porto Alegre.
A montanha vista mais de perto é um enorme cemitério de histórias, conquistas e sonhos destruídos pela maior tragédia climática do Rio Grande do Sul.
Segundo a prefeitura de Canoas, este local é provisório. O material fica lá até ser levado a um aterro na região metropolitana. O transporte só será intensificado quando as ruas estiverem limpas - o que só deve acontecer em agosto.
Luciana Paulo Gomes, professora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), explica que as prefeituras são as responsáveis pelo controle da circulação de pessoas nos aterros e pelo descarte dos resíduos.
"É necessária a retirada desse material. Reforço, isso é um foco de doenças, de problemas de saúde pública", diz a professora. "A cidade está sendo contaminada por esses materiais. É grave", completa.
Também em Canoas, 630 pessoas começaram a ocupar um novo centro humanitário de acolhimento. O espaço, que se chama Recomeço, será a moradia temporária dessas famílias até a entrega de casas definitivas pelo governo federal. As estruturas de alumínio e fibra de plástico incluem espaço para as crianças brincarem, abrigo para os animais e segurança da Polícia Militar.