Chuvas no RS deixam rastro de desemprego e improdutividade na indústria local
Estado registrou saldo negativo de mais de seis mil vagas no setor. Especialista avalia que respostas do poder público são insuficientes
Em maio de 2024, a atividade industrial registrou o menor patamar desde agosto de 2020 no Rio Grande do Sul, consequência da tragédia climática atravessada pelo estado.
O setor teve um saldo negativo de mais de seis mil vagas no período, afetando empresas e trabalhadores gaúchos.
Efeitos persistem
Apesar dos esforços de instituições públicas e privadas para reconstruir a economia gaúcha, os estragos da chuva ainda são visíveis: na terça-feira (2), cerca de 200 farmacêuticos foram demitidos da Hertz devido aos impactos das enchentes.
O setor industrial do estado registrou, ainda em maio, uma redução de US$ 282,5 milhões (R$ 1,570 bi, na cotação atual) na receita em relação ao mesmo mês de 2023.
Dados da FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) mostraram que, em maio, o IDI (Índice de Desempenho Industrial) do estado caiu 11,8% em relação a abril, a segunda maior baixa mensal da série iniciada em 2003.
Com os sinais preocupantes de queda, a expectativa dos empresários é de estabilidade da demanda nos próximos seis meses, mas com redução no emprego e nas exportações.
Esforços de recuperação
Diante da perda de empregos e da sinalização de empresários demandando novas medidas para mitigar os efeitos da crise, o Ministério do Trabalho e Emprego prorrogou até 12 de julho o prazo para adesão ao programa de apoio financeiro às empresas afetadas pelas chuvas.
A medida assegura que os funcionários sejam remunerados em setembro e outubro, independentemente do que ocorrer com as empresas no período.
Gustavo Inácio de Moraes, professor da Escola de Negócios da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica), disse ao SBT News que a iniciativa do governo é positiva, mas insuficiente para cobrir todos os danos sofridos.
Diante disso, outros setores da sociedade se organizam para atravessar as dificuldades do período. Em Porto Alegre, um feirão de empregos oferece mais de quatro mil oportunidades na indústria. Os trabalhadores podem atualizar currículos, escolher roupas para entrevistas e melhorar o visual enquanto aguardam encaminhamento.
