Orçamento de 2025: entenda impacto do adiamento de votação no Congresso
Deputados e senadores entraram no recesso parlamentar sem votar detalhamento dos gastos, o que não acontecia desde 2021
Soane Guerreiro
A votação do Orçamento de 2025, documento que detalha como serão os gastos do país ao longo do ano, só deve ocorrer em meados de fevereiro, quando o Congresso Nacional retorna do recesso parlamentar. Isso não acontecia desde 2021.
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Para o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Senado, que afirmou que não haverá prejuízos imediatos. A oposição, no entanto, tem uma visão mais pessimista.
Segundo o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, a aprovação do Orçamento pode atrasar até março, com reflexos na execução orçamentária apenas em maio. "Eles vão tentar segurar os gastos dessa forma, utilizando novamente artifícios como as pedaladas fiscais", criticou
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O Ministério do Planejamento garantiu que pagamentos a servidores, aposentados e pensionistas do INSS não serão interrompidos. O atraso, por outro lado, deve afetar os investimentos do governo federal, que ficarão limitados. Além disso, ainda há indefinição sobre o valor do reajuste do salário mínimo. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) fixa o mínimo em R$ 1.502, mas a sanção presidencial ainda é necessária para confirmar o valor. Essa etapa antecede a votação do orçamento.
O economista Luccas Saqueto destacou que, embora o governo continue funcionando, o atraso envia um sinal negativo ao mercado e à sociedade. "Falta planejamento e dedicação a temas que impactam a vida do brasileiro, como desemprego e inflação. Esse tipo de atropelo gera custos mais altos e menor eficiência", afirmou.