Oposição quer usar decisão de banir X para reforçar pedido de impeachment de Moraes
Estratégia é aumentar pressão após 7 de Setembro; na Câmara, movimento é voltado para CPI do Abuso de Autoridade
Além dos atos do 7 de Setembro, a oposição quer usar decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para aumentar a pressão para avanço de um pedido de impeachment do ministro no Senado. Até esta terça-feira (3) não havia qualquer sinalização de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), iniciasse o processo.
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Conforme apurou o SBT News, um novo pedido de impeachment contra o magistrado deve ser apresentado logo na segunda-feira (9), após os atos de 7 de Setembro. A intenção é usar os movimentos para tentar ampliar o apoio popular, além de turbinar a coleta de assinaturas necessárias para o andamento do pedido.
Decisões recentes do magistrado que suspenderam o uso do X no Brasil e bloquearam contas da Starlink - ambas empresas do bilionário Elon Musk - também devem ser usadas.
Caso Pacheco aceite o pedido, ele faria uma leitura do conteúdo da solicitação em plenário e faria o envio a uma comissão. Se o processo continuar avançando, chegaria ao plenário para uma posição dos congressistas. A avaliação é de que se assinarem pelo pedido, os políticos ficariam em uma posição contraditória por já terem uma posição antes de todo o processo.
A postura mais comedida também pode ser interpretada como eventual desgaste de nomes de parlamentares caso o pedido de impeachment não prospere. Uma decisão do Congresso para afastar um ministro do STF nunca aconteceu na história.
Outras estratégias
A posição de parlamentares ganhou uma nova fase desde as decisões de Moraes ligadas ao X. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) aumentou o tom das cobranças para que Pacheco aceite o pedido. “O senhor vai ter que tomar uma decisão na segunda-feira, 9 de setembro”, declarou. A demanda também será levada ao próximo encontro de líderes do Senado, na quinta-feira (5).
As conversas entre parlamentares estão atreladas a outros movimentos com deputados bolsonaristas, que planejam insistir que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), oficialize a abertura da CPI do Abuso de Autoridade. As assinaturas para o colegiado foram coletadas no último ano, à época de operações da Polícia Federal (PF) autorizadas por Moraes, mas o colegiado ainda não foi instalado por decisão de Lira.