Oposição não tem apoio de comando do Congresso, nem maioria de parlamentares para interromper recesso
Políticos chegam a Brasília nesta segunda (30) com pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, mas não têm autorização para sessões ou votações


Basília Rodrigues
A oposição não conseguiu reunir maioria na Câmara e no Senado até agora para interromper o recesso parlamentar, com objetivo de aprovar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os deputados, seria necessário apoio de pelo menos 257 nomes, mas apenas cerca de 120 declararam interesse a partir do grupo de mensagens da oposição, segundo relatos feitos ao SBT News.
Políticos de oposição, encabeçados pelo PL, anunciaram que iriam acabar com o recesso, mas não podem fazer isso sem o apoio do comando do Congresso ou da maioria das bancadas.
Vários integrantes da oposição desembarcam nesta segunda-feira (30), em Brasília, mas não estão autorizados a realizar sessões nem votações. No Senado, a mobilização é organizada pelo senador Magno Malta (PL-ES). Na Câmara, o líder de oposição, Cabo Gilberto Silva (PL-PB). afirma que há expectativa de reunir o número de apoios necessários com base na pressão. “Vamos fazer pressão política. Nem todos parlamentares têm coragem de se expressar. Mas estaremos lá. Eles têm medo de falar e estar com a Polícia Federal no outro dia na porta de casa. A democracia brasileira está em coma, respirando por aparelhos. Motta não pode ir contra a maioria da casa”, afirmou à coluna.
Durante o recesso parlamentar de julho, a oposição repetiu o movimento e tentou interromper a folga dos parlamentares, mesmo sem os apoios necessários. Na ocasião, porém, a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro atraiu muitas atenções.
Na época, solto, mas utilizando tornozeleira eletrônica, Bolsonaro foi à Câmara, fez declarações e foi registrado em fotos e vídeos que foram parar nas redes. Ele estava proibido de se comunicar direta e indiretamente pela internet. O ministro do STF Alexandre de Moraes entendeu que ocorreu uma “irregularidade isolada” e manteve Bolsonaro solto. Mas com a ressalva de que não poderia descumprir as medidas cautelares, o que acabou acontecendo em agosto.









