Número 2 da Previdência, agora preso, participou de reunião em que fraude no INSS foi denunciada
Adroaldo concentrava funções de confiança, participava de reuniões restritas, mas quando perguntado sobre as denúncias de fraude sempre negava


Basília Rodrigues
Preso por suspeita de envolvimento na fraude do INSS, o ex-número 2 do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, participou da reunião que ocorreu na pasta em 2023 e que se tornou conhecida pela denúncia de que havia descontos ilegais de aposentados e pensionistas.
Durante reunião do Conselho Nacional da Previdência Social, órgão gestor do Ministério, a conselheira Tonia Galleti pediu inclusão dos indícios de irregularidades na pauta de discussão, o que acabou não acontecendo. A reunião ocorreu em 12 de junho de 2023. O episódio pesou na demissão do então ministro Carlos Lupi, que foi acusado de não ter dado celeridade às apurações.
Na época, Adroaldo ocupava cargo de secretário do Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Previdência Social. Segundo interlocutores do ex-secretário ouvidos pela coluna, Adroaldo concentrava funções de confiança, participava de reuniões restritas, mas quando perguntado sobre as denúncias de fraude sempre negava. Em uma das conversas com pessoas próximas, Adroaldo chegou a levantar suspeitas contra o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e reiterado que o ministério não sabia de nada.
Em setembro, Lupi afirmou, em audiência na Comissão Parlamentar Mista do INSS, que Adroaldo estava na pasta porque “tinha experiência no PDT, foi chefe de gabinete na liderança do partido na Câmara e no Senado”. Segundo o ex-ministro, a indicação foi referendada por vários parlamentares, entre eles o vice líder do governo Weverton Rocha, também alvo da operação Sem Desconto, da Polícia Federal.








