Novo diretor da Abin defende divulgação de lista de espionados pela gestão Bolsonaro
Relatório da CPMI de 8 de Janeiro citava a relação entre o esquema de espionagem ilegal e ex-presidente Jair Bolsonaro
O novo diretor adjunto da Abin, Marco Cepik, defendeu em entrevista à "TV Brasil" a divulgação dos nomes das autoridades monitoradas ilegalmente.
"Isso é do máximo interesse. Se durante o governo [Jair] Bolsonaro isso foi desvirtuado a utilização, se posteriormente sugiram constrangimentos para o exercício de democracia no Brasil, isso é do nosso interesse de todos os servidores e toda cidadania", Marco Cepik.
O relatório da CPMI de 8 de Janeiro já citava a relação entre o esquema de espionagem ilegal e a gestão Jair Bolsonaro.
No documento, a comissão diz que as investigações revelaram que não houve um apagão de inteligência, mas sim um desvirtuamento, enfraquecimento e desmantelamento de um sistema de inteligência.
Esse enfraquecimento foi proposital, diz o relatório, e está diretamente associado à tentativa de criação de um órgão paralelo de inteligência, a "Abin paralela", que era comprometida unicamente com os interesses do então presidente Jair Bolsonaro.
Os resultados da CPI de 8 de Janeiro indicam contextos muito importantes para que a gente possa situar essas denúncias de uso, de mau uso de ferramentas de geolocalização desde a compra até o final da utilização e outras ações durante a gestão Ramagem na Abin no contexto que foi um contexto que resultou nos eventos dramáticos de 8 de janeiro
Marco Cepik diz ter indícios de que as investigações sobre o esquema ilegal de espionagem na Abin sofreram interferências na gestão passada. Isso porque, segundo Cepik, havia dificuldades para obter dados e documentos.
A apuração interna na agência deixou de ser responsabilidade da corregedoria do próprio órgão no ano passado e passou para a Controladoria-Geral da União.