"Não vejo risco de aumento de passagem", diz ministro de Portos e Aeroportos sobre fusão de aéreas
Silvio Costa Filho afirma que proposta de fusão entre Gol e Azul é para aumentar a conectividade no país
Soane Guerreiro
Em um balanço das ações do ministério de Portos e Aeroportos, o ministro Silvio Costa Filho disse que a pasta está acompanhando todo o processo de fusão entre as aéreas Gol e Azul e deve ter uma nova reunião com os presidentes das empresas na próxima semana.
+ Azul e Gol assinam acordo para fusão entre as companhias
"Nós vamos esperar primeiro a análise do Cade. Mas não vejo risco de aumento de passagem [...] O Brasil tem instituições fortes que vão garantir a competição. A Anac, num segundo momento, também tem a garantia de preservar os direitos dos passageiros, a prestação de serviço", disse.
Costa Filho ainda destacou que a movimentação não irá prejudicar a Latam e que as companhias Gol e Azul querem ampliar o número de voos e as localidades atendidas no país, mas esbarram com a escassez de aeronaves. Em uma apresentação feita ao ministério de Porto e Aeroportos, as empresas afirmaram que é possível incrementar em mais de 30% a aviação regional com a fusão.
"Eu tenho conversado muito com a Azul. Eles querem colocar voos maiores para outros destinos, na Bahia, em Pernambuco, destinos como Campina Grande, na Paraíba, outra região do Norte, no Sul, interior São Paulo, não estão conseguindo por falta de avião. Eu acho que isso vai poder cobrir parte da lacuna", acrescentou Costa Filho.
O Secretário Nacional de Aviação Civil da pasta, Tomé França, destacou que as duas empresas continuaram operando.
"Eles já deixaram claro que as companhias aéreas serão preservadas, ou seja, nós vamos manter a Gol operando, vamos manter a Azul operando no mercado. [...] É você poder otimizar a conectividade, utilizar a malha aérea, você poder disponibilizar a construção de novas rotas", completou.
Preço de passagens aéreas
Segundo a pasta, o preço médio das passagens aéreas caiu em 2024 e mais de 50% dos bilhetes foram vendidos a menos de R$ 500.
A tarifa média dos bilhetes foi de R$ 632, o que representou uma redução de 5,1% em relação a 2023. No total, 118 milhões de passageiros circularam pelos aeroportos do país.
Uma das iniciativas da pasta para 2025 é investir em uma campanha para que a população se planeje e compre passagens aéreas com mais antecedência.